UMBANDA, QUEM ÉS?
- Quem sou? É difícil determinar.
Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas. Sou o cântico
que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou a senzala do Preto-velho, a ocara do Bugre, a cerimônia do Pajé, a encruzilhada do Exú, o
jardim da Ibejada, o ioga do Hindu e o orun dos Orixás.
Sou o café amargo e o cachimbo do Preto-velho, o charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro da
Pomba-gira e o doce do Ibejê.
Sou a gargalhada da Rosa caveira, o requebro da Maria Padilha, a seriedade do Seu Marabô.
Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga e de Pai José; a traquinagem de Mariazinha, Risotinho,
Joãozinho e a sabedoria do Caboclo Tupinambá.
Sou o fluido que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz.
Sou o isolamento dos orientais, onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso.
Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores.
Sou livre. Não tenho Papas.
Sou determinada e forte.
Minhas forças? Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por caridade.
Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento.
Estão nos elementos. Na água, na terra, no fogo e no ar; na pemba, na cuia, no mandala do
ponto riscado.
Estão finalmente na tua crença, na tua fé, que é o elemento mais importante na minha alquimia.
Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo, na última partícula da tua mente, onde
te ligas ao Criador.
Quem sou?
Sou a humildade, mas cresço quando combatida.
Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.
Sou o mistério, o segredo, sou o amor e a esperança. Sou a cura. Sou de ti. Sou de Deus.
Sou Umbanda. Só isso.
Sou Umbanda