REFLEXÕES DE UM ESPELHO II

Parece-me inconcebível a idéia de permitir que sobreviva uma página em branco dentre as narrativas que se avolumam e que dão corpo à modesta enciclopédia de uma existência, a qual permite conhecer ao bom leitor, verdades que identificam a natureza e a qualidade personalizada de um sentir. Um sentir que é senão a manifestação sensitiva de um espírito que respira a vida permeada por filtros únicos, que por assim o serem, geram percepções exclusivas dos eventos que dão à vida o ânimo que a faz bastar-se.

Em negro, escorregam as letras, formando palavras que preenchem espaços numa missão de desfazer o vazio, em vida ou em algo...

Em negro, as palavras anunciam que o nada é filho bastardo de um deus que lhe recusa as bênçãos da significação.

MARCO ANTONIO BREGONCI
Enviado por MARCO ANTONIO BREGONCI em 08/09/2007
Reeditado em 08/09/2007
Código do texto: T643368