O que é ser otimista e o que aprendi competindo no MTB?

Muitas pessoas acham que ser otimista é a postura de acreditar que os problemas sempre irão se resolver da melhor forma possível, quase como mágica. Outras pessoas vão ainda mais longe, e pensam que basta pensar positivo, que tudo irá se ajeitar otimamente. Nada mais longe da verdade... Claro que ser otimista tem a ver com pensamento positivo, mas não se trata só disso, apenas. Tão pouco, se trata de ser ingênuo, ignorando os problemas concretos que a vida apresenta e sair “metendo as caras” por aí, irresponsavelmente.

Ser otimista é, antes de tudo, ser realista. Isto é, conhecer profundamente o problema e propor a melhor solução possível. Fixe na mente, MELHOR SOLUÇÃO POSSÍVEL. Assim que se deve compreender o otimismo, como uma postura estratégica.

Certa vez eu estava numa prova de Mountain Bike (Desafio dos Ventos em Extrema - MG), disputando com ciclistas muito mais fortes do que eu. A prova tinha uma subida de montanha imensa, com trechos inclinados e de pedras soltas. Quando comecei a escalar a montanha, logo após um longo trecho de terreno plano, vi os ciclistas mais fortes dispararem na minha frente. Olhei meu relógio medidor de frequência cardíaca e constatei que meus batimentos já estavam a 180 por minuto. Isso é muito próximo do meu esforço máximo. Eu tinha duas opções:

Agir como um otimista “positivista”, ignorando completamente a realidade, e perseguir os ciclistas mais fortes, correndo grave risco de não aguentar o ritmo e fadigar na prova; ou agir como um otimista inteligente, escalando num ritmo sustentável, para chegar ao topo da montanha inteiro e continuar bem na corrida. Na época eu escolhi a primeira opção e o resultado foi, como não poderia deixar de ser, desastroso.

Minha fadiga na montanha foi tão grande que, além de não conseguir acompanhar os ciclistas mais fortes, fui ultrapassado por atletas que estavam lá atrás. Eu fiz um esforço tão acima de minhas possibilidades que não me recuperei durante o restante da prova e meu resultado acabou sendo pífio. Tomei uma decisão “otimista” errada e inconsequente que acabou piorando a situação e prejudicando meu desempenho na prova. Se eu tivesse tomando uma decisão otimista realista, ou seja, a MELHOR SOLUÇÃO POSSÍVEL naquele momento, o resultado da prova seria muito diferente. Certamente eu não iria ganhar a corrida, pois não estava preparado para tal, mas poderia ter me classificado numa boa posição.

Isso significa que ser um otimista realista é sempre tomar decisões totalmente seguras e não arriscar jamais? Não! Arriscar é necessário para alcançar o sucesso e o risco faz parte da vida. Porém, todo risco precisa ser calculado. Nós próximos textos falarei um pouco mais sobre cálculo de risco. Até a próxima.

Por Duke Vespasiano, A Filosofia do treinamento na vida pessoal e profissional.

Velho Ranzinza
Enviado por Velho Ranzinza em 10/09/2018
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