Ser Mãe

Ser mãe é a melhor das loucuras. É louco sim! E nem sabemos o quanto enlouqueceremos! O quanto não dormiremos mais, o quanto por um bom tempo não faremos uma refeição sentada a mesa com tranquilidade. O quanto não poderemos mais conversar com uma amiga sem escutar mãe! mãe! mãe! 450 mil vezes nos interrompendo. O quanto não poderemos mais parar e admirar o mar sem que nosso pensamento se volte para a cria. Será que ele/ela comeu?

Ser mãe é assustador, maravilhoso. É coragem. É olhar para um outro e pensar: será que dou conta? E mesmo de um jeito torto, damos. É trabalho árduo, sem manual, dedicação minuto a minuto. E não somos mais nós mesmas. Somos outra. Fazemos coisas que nunca pensamos que faríamos por, para alguém. Deixamos de comer o chocolate que mais gostamos para dar para os filhos e filhas. É amor construído, dia a dia. A convivência vai nos fazendo sentir um amor tão grande, que não cabe no peito. Um amor que nos dirige. É administração da dor, sofremos também. Sofremos, choramos escondidas quando temos que castigar e nosso desejo é beija-los, quando temos que negar e nosso desejo é dar o mundo, quando temos que brigar, gritar e nossa vontade é abraçar e sorrir. Oh sofrimento bom!

Ser mãe nunca acaba! É infinito. Surpresas atrás de surpresas. Sem preparação, curso ou faculdade para exercer essa função. Eles e elas nos ensinam o que nunca seríamos capazes de aprender sem eles e elas. É mágico! E só nós, mães, sabemos o quanto.

Não sei se acertei, tentei, tento! Acho que até hoje não aprendi a ser mãe, mas fui, sou e não gostaria de ser outra coisa. É o melhor papel que exerço. De forma imperfeita, dedico o que de mais puro existe em mim. Me enlouqueço e me enebrio nesse papel.

Tricia Ataíde
Enviado por Tricia Ataíde em 20/09/2018
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