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Deveria escrever um livro. Bom já me peguei pensando nisso várias vezes. Quando era mais nova escrevi um romance de ficção científica. Amava aquela história, consigo me lembrar dela e alguns detalhes.

Deveria definitivamente escrever. Meus medos, receios, glórias, amor e infortúnios. Estão todos aqui, bem documentados em 10 anos de muitas mudanças pessoais.

Sinto que deveria mesmo escrever, qualquer coisa, melodrama, melacueca, trauma, tormenta o que fosse. Lembra daquele conto sobre blues? Vivia nos anos 40, aaaa, que momento. Isso foi antes, bem antes de ver alguns sorrisos. Isso foi bem antes da goiaba.

Hoje escrevo meu futuro que deve ter no mínimo 30 páginas sem contar as pré textuais. É realmente como um filho, a gente nunca sabe se ta criando direto e se no final vamos ser responsáveis por seus maiores traumas e medos pessoais. Mas, claramente deveria escrever sobre aquele dia em que comemos olhando para cidade cinza, quem sabe o dia que comemos olhando a estrada que leva a faculdade quiçá o dia que fomos pegos no quintal.

Ou quem sabe nada disso, só algo sem sentido tanto quanto isso aqui, mesmo assim, a gente venta todo dia para não chorar e corre para não cair e pula para alcançar. No final a gente só recebe um: Você está bem? Bem mesmo? Nossa você ainda mora aqui, achei que havia se mudado.

E mudei, principalmente de querer, que saibam de mim. Enfim, deveria fazer menos anacolutos, sorrir mais, respirar mais fundo e deixar que, toda a luz que em mim irradia, permaneça refletindo o meu semblante tranquilo.

Luiza Alves
Enviado por Luiza Alves em 01/10/2018
Código do texto: T6464303
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