Pé na lua, Pé no Chão!

Sempre gostei daquele jargão do Raul Seixas: ¨Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo¨...

E todos somos um pouco assim.

Temos nossas opiniões, conceitos, pré-conceitos, tabus e mitologias íntimas a vencer.

Fui descobrindo o mundo, sempre curioso, tendo um pé na terra e outro na Lua, como dizia minha mãe. E, entre meus pés, estavam meus sonhos, planos e ideais.

Realizei tudo o que quis na vida?

Não. Graças à Deus! Por que se o Universo se tivesse dobrado ao meu poder, neste exato momento não mais existirira. Seria rompido nas minhas primeiras crises de amor adolescente ou na fúria ingrata do jovem ou nas decepções do adulto.

A vida continuou, e eu também.

Fui reiventando-me na vida.

Passou a adolescência, a juventude e, agora, vem a boa fase da maturidade.

Olho para trás e vejo o quão sofri por tão pouco.

E, se tivesse que dar um conselho ao jovem, diria:

Siga o rumo, o prumo, o amor, o estudo, a busca do autoconhecimento e será feliz.

Trabalhe em algo que ame, que aprecie e, se isso der dinheiro, ótimo. Se não der, trabalhe pelo sustento não mais do que precisa e, no resto do tempo, ajude os outros tenha seus hobbies, manias e se dedique ao que te é útil e verdadeiro.

Não vá pelo caminho das drogas.
Não aprenda a beber e nem a fumar.
Movimente-se.
Exercite-se.
Dance.
Cante.
Ouça música e, principalmente, tenha uma poesia, pelo menos, na cabeça!

Não se preocupe pelos outros demais e ajude quando te pedirem, sempre!

Fui feliz?
Muito.
Mudei?
Bastante.

E o meu caminho fui fazendo, construindo, edificando e se hoje tenho orgulho de mim, digo:

Sou mais que uma metamorfose ambulante. Sou aquele espaço, infinito, entre o meu pé na Lua e o meu pé no chão!