Sou ou não sou um robô?

No meu trabalho,

Frequentemente,

O sistema me pede para confirmar

Que não sou um robô.

A pergunta é tão insistente

Que chego a duvidar

De mim mesmo:

Será que eu sou um robô?

Pensando um pouco

Acho que tenho sido um,

Fui me programando com o tempo,

Cada instrução seguindo.

Os comandos são dados

Com tanto sutileza,

Que acredito que o que faço

É por minha própria vontade.

Artificialmente,

Minha inteligência

Parece tão natural

Que acredito que penso.

Crio personagens,

Monto cenários,

Sou um robô avançado,

Que pensa até que sente.

Um robô sentimental,

Que não chora,

Mas foge

E escreve.

Ama diferente,

Se apega ao distante,

Confunde,

E se perde com a presente.

Acha que é eterno,

É frio quando deveria ser quente,

Explode quando deveria ser sereno,

Um robô com medo errar.

Reprograma os circuitos,

Para não fazer e voltar,

Mas que quer viver,

E entender o que sente.

Fala que não é um robô,

Mas se acomoda

E se conforta,

Dizendo que é um.

ArilsOn
Enviado por ArilsOn em 05/12/2018
Código do texto: T6519313
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