OS SOFISTAS

Sofisma é um substantivo masculino que significa o raciocínio capcioso, elaborado com a intenção de enganar. Por meio dele é construído um argumento falso, porém, com o cuidado de manter alguma aparência de verdade, mas que trás em si mesmo o dolo, o engano, a premeditação de iludir. Na antiga Grécia, o sofisma era considerado uma arte, e era chamado de filósofo, aquele que ensinava a arte da eloquência, exercitada em grandes combates retóricos, onde a vitória sobre o oponente era o grande objetivo, e muito mais importante do que o aspecto ético e moral. Os sofistas eram considerados mestres da retórica e da oratória. Para eles, a verdade é múltipla, relativa e mutável, e eles não estavam interessados pela procura da verdade, mas sim pelo refinamento da arte de vencer discussões, já que para eles a verdade é relativa, de acordo com o lugar e o tempo em que estivermos atuando, com as circunstâncias do momento. Assim, o sofisma não corresponde a uma escola filosófica, mas sim a uma prática mal intencionada.

Os sofistas eram pragmáticos, empenhados em resolver questões emergentes da vida prática, para atender necessidades imediatas, e as questões transcendentes da metafísica não lhes interessavam e eram ignoradas. Importava-lhes a habilidade de argumentar, ainda que as teses fossem contraditórias, razão pela qual era necessário desenvolver, aprimorar, a habilidade de argumentar em público, defender as suas ideias e convencer a maioria da assembleia a concordar com tudo o que fosse do seu interesse pessoal.

O Sofista está perfeitamente caracterizado no Escriba mencionado em Mateus 23. Este era o membro da seita judaica que lia e interpretava as leis e os preceitos sociais mosaicos, correspondendo fielmente aos teólogos da atualidade. O Fariseu, também mencionado no mesmo texto bíblico era o membro da mesma seita, que procurava cumprir com todo rigor e ao pé da letra, todas as prescrições dos Escribas. Ambos, Escribas e Fariseus, se concentravam no sentido literal das Escrituras, nas suas fábulas e genealogias, e como se pode observar em Mateus 23;1 a 39, eles não tinham nenhuma afinidade com Cristo, e foram eles mesmos, liderados pelos Sacerdotes, os protagonistas da metáfora sobre o sacrifício imposto a Cristo.

Os Escribas e Fariseus da atualidade são exatamente iguais aos primitivos, mas eles ampliaram as suas atividades por todo o Planeta, tornaram-se mais sofisticados e extremamente poderosos no mundo material, organizados em poderosas instituições que concentram um enorme poder econômico-financeiro e político. Eles mantiveram-se na Primeira Aliança (Moisés), excluíram a Segunda Aliança (Cristo) rejeitando a Doutrina da Graça, pois ela os torna desnecessários como intermediários entre Deus e os homens.

Com efeito, os Escribas e os Fariseus atuais, apoiados nos Sacerdotes contemporâneos, aposentaram compulsoriamente o Espírito Santo, como o interlocutor do Pai e do Filho, e assumiram o Seu lugar, operando baseados nas fábulas e genealogias, nos seus próprios regulamentos, rituais, solenidades, dogmas, doutrinas e tradições, produzindo o seu calendário de festividades pagãs, com a adoração de imagens, nomeação de santos, sobretudo promovendo a deusa rainha dos céus (Jeremias 7;17,18 / Atos 19;24 a 35), a mesma rainha Astarote da Mesopotâmia, ou a Diana dos Efésios, que “caiu” de Júpiter, ou aquela que “apareceu” emergindo das águas do rio Paraíba do Sul, com uma ampla nomenclatura, e que, para eles, é mais conveniente do que o Filho de Deus!

O sofisma desenvolvido na Grécia é uma característica intrínseca do Ser Humano, que foi sendo polido na sua evolução intelectual, tornando-se uma eficiente ferramenta para iludir tanto os ingênuos, como até os mais precavidos observadores, pois o sofisma está embutido sorrateiramente em todos os procedimentos do “Sistema”, especialmente na política, na economia, na justiça, no governo como um todo, nas crenças, superstições e até no inter-relacionamento entre os indivíduos, pois o interesse pessoal é predominante.

No âmbito das crenças e superstições, os Sacerdotes e os Escribas e Fariseus, hipócritas, agora mais sutilmente, prosseguem iludindo as humildes e subnutridas “ovelhas” (Colossenses 2;1 a 23), exercitando o sofisma como a sua principal ferramenta, e continuam submetendo Cristo ao milenar sacrifício.

Mateus 23;14,15 – Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque devorais as casas das viúvas, fazendo, para disfarçar, longas orações; por isso recebereis uma condenação muito maior. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filhos do inferno do que vós.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 31/12/2018
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