O amor carece do que é bom e do que é belo

- E certamente o dizes, amigo, declarou Sócrates; e é assim não é certo que o amor seria da beleza, mas não da feiura? - Agatão concordou - Não está admitido que aquilo de que é carente e que não tem é o que ele ama? (Afinal, desejamos o que não temos).
Agatão - Sim.
S. - Carece então de beleza o Amor, e que não a tem?
A. - É forçoso.
S. - E então, O que carece de beleza e de modo algum a possui, porventura dizes tu que é belo?
A. - Não, sem dúvida.
S. - Ainda admites, por conseguinte que amor é belo, se isso é assim?
A. - É bem provável, ó Sócrates, que nada sei do que então disse?
S. - Bem que foi belo o que disseste. Mas diz-me ainda uma pequena coisa: o que é bom não te parece também que é belo?
A. - Parece-me.
S. - Se portanto o amor é carente do que é belo, e o que é bom é belo, também do que é bom seria ele também carente.

Silogismo desenvolvido por Naressi G, que resume a conclusão de Platão neste discurso:

O amor provém da beleza e o que é belo é bom.
Alguém só ama o que deseja e só deseja o que não tem.
Portanto, o amor carece do que é belo e do que é bom.
Platão em O banquete
Enviado por Naressi G em 10/01/2019
Reeditado em 10/01/2019
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