VELHA INFÂNCIA

Há quem diga que é bom fazer amizade com velhinhos, porque eles dão doces em potes, mas essa Felicidade e Amor vai muito além do que esses pequenos toques da Tia Nastácia.

Quem nunca sentiu saudades da casa de vó, daquele cheirinho de comida no fogão á lenha que só ela sabe fazer, daqueles abraços aconchegantes com aquela doçura e carinho que nos fazem esquecer de tudo no mundo por alguns instantes, avós deveriam ser eternos , como um primeiro Sonho,a primeira lembrança de quando começou a estudar.

E assim são os Velhinhos, os nossos avós que podem ou não ser de sangue, mas o que mais importa é o que se encontra aqui, dentro do coração.

Sempre nos acompanham desde crianças, nos almoços de domingo com cheiro de saudade,aprendemos com a professora a usar os velhinhos para acentuar as palavras, quando for acento agudo ou circunflexo nunca se esqueça “O vovô leva o chapéu e a vovó usa o grampinho”.

Donos daquelas mãos calejadas que por anos trabalharam duro para cuidar da família,que carregam uma riqueza e simplicidade descomunal, mãos que não conseguem escrever o nome , o máximo que conseguem são alguns rabiscos ilegíveis, mas que carregam uma imensa vontade de escrever o próprio nome e poder fazer uma carta ao companheiro, aquele amor que não se apagou com o tempo,com as simples palavras “EU TE AMO, Obrigada por me conceder e fazer FELIZ com o que pouco existe no mundo hoje...” .

Se pudesse criaria um projeto para ensinar idosos a ler e a escrever, mostraria a eles o mundo de outra forma,com mais palavras,mais livros, como sempre ouço dizer “Todo idoso volta a ser Criança...”, seria como se estivesse ensinando uma criança a ler e escrever, só que essa criança é um pouco diferente, ela já percorreu uma longa jornada, viveu em um mundo melhor, conheceu o Amor; contudo ela não deixa de ser criança,tem amor e carinho de sobra, sorrisos sinceros e o mais importante:

“PRECISA DE MUITA ATENÇÃO...”