Choveu em mim.

Você não se importa com a chuva caindo.

Pois; isso é um sinal de vida da terra.

E aí, eu me vi dividindo uma lona de esquina com você.

Em um impulso saímos para chuva.

Parecíamos duas desesperadas por tempo.

Esperamos tempo demais por esse momento finito e pontual na história de nossas vidas.

Nos encontramos ao cair da água e nos perdemos quando ela já escoria pelos meus cabelos e pelo seus ombros tão bem feitos.

Você tropeçou. Eu fingir não ver nada e continuei caminhando abraçando a chuva.

Eu também tropecei e você tão contrária de mim, soltou um:

-Opa!

Eu olhei para trás e sorri.

Não disse nada, sou trouxa!

Nesse momento a chuva começou estiar.

Eu estava louca para escrever sobre você, guardava as palavras com todo cuidado torcendo para não esquecer.

Continuamos na mesma direção.

Você mais à frente e eu logo atrás guardando palavras.

E se eu optasse por perde algumas delas com você; e se eu te dissesse um ‘nossa foi bem do nada, né?’ Ou sei lá.

Você vai virar a esquina.

As palavras vão sumindo.

Use alguma.

Use!

As perdi num virar de esquina.

Voltou à chover desesperança.