Desabafo noturno

E mais uma vez a noite me aprisiona a intermináveis horas de reflexão, na velha ironia de que na escuridão noturna se encontram as respostas escondidas pelo caos do dia.

É curioso perceber que muitas das vezes encontra-se mais conforto no mais completo silêncio do que cercado de pessoas de corpos presentes e almas vazias tão hipócritas quanto podem.

É justamente neste silêncio que mergulho em meu próprio mundo, onde vasculho meus medos, reavalio conceitos e reproduzo, incessantemente, o filme da minha própria vida, em cada sorriso, lágrima, sonho e decepção, ou pelo menos os quais inda sou capaz de lembrar. Desta forma vejo como cada um desses aspectos me moldou para a construção do que sou.

E aí percebo como tudo passou tão rápido, vejo como sonhos se tornaram pesadelos antes mesmo que me desce conta, quão é tênue a linha que separa o sorriso de um lágrima e o quanto somos inconstantes em nossa própria essência, más a maior lição que aprendi neste jogos que insistimos em chamar de vida é que o mundo definitivamente não tolera quem cospe na cara da sociedade aquilo que ela nos tenta impor, nos quer obrigar a engolir. Porque não suportam ver a liberdade e a convicção no rosto dos que ao contrário da maioria não vendem seus ideais em troca de status social, dos que insistem em levantar cabeça olhar para frente e todos os lados possíveis enquanto a maioria se limita a fixar o olhar para baixo e percorrer o caminho que lhes é ordenado, e dos que ousam a simplesmente a pensar. São essas poucas pessoas a quem realmente admiro e desejo toda força possível, pois sei nunca será fácil. E para a sociedade e todos seus alienados?

Bom, para eles eu deixo um olhar austero e indiferente, e um leve sorriso displicente, que é um simples convite a todo meu sarcasmo.

18/10/2014.

Rafael NS
Enviado por Rafael NS em 08/02/2019
Reeditado em 17/04/2021
Código do texto: T6569994
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