Sobre a liberdade
É lento esse processo de liberdade. Primeiro porque isso exige a capacidade de se ver de fora, se observar, e essa é a parte difícil, sair da zona de conforto é uma tarefa que nem todo mundo cumpre.
Segundo, a gente precisa aceitar que sair de onde está é uma escolha que depende única e exclusivamente de nós. Alguém pode até servir de meio, ser uma luz, nos mostrar um caminho, mas a decisão de partir, de largar tudo aquilo que pesa e que de alguma forma nos segurou até ali, abrir mão do que já era costume e trilhar novos rumos, é algo que tem que vir de nós.
Mas essa liberdade por si só não basta, porque tem gente que se liberta de algo, mas não é livre dentro de si, não aprende a viver só e feliz consigo mesmo, a apreciar a própria companhia, gente que prefere estar mal acompanhado no caos a ficar bem e sozinho na ordem. Isso tem muito a ver com o amor próprio, se gostar acima de qualquer expectativa externa, ser incrível para e por você mesmo, se orgulhar de verdade daquilo que você é, se bastar, entender que se houver alguém, tudo bem, mas se não houver, tudo bem também.
Quando a gente enfim, se liberta por dentro, de verdade, a liberdade por fora, vem de presente.