De que nos servem as lições?

“Caminhávamos juntos ao longo do vilarejo. . . Diante de meus olhos, entre as ervas daninhas, surgiu uma das cenas que já haviam me contado: um dos banquetes no qual as famílias trocam suas crianças para poder comê-las. Eu podia vislumbrar claramente a angústia nos rostos das famílias enquanto elas mastigavam a carne dos filhos dos amigos. As crianças que estavam caçando borboletas em um campo próximo pareciam ser a reencarnação das crianças devoradas por seus pais. O que fez com que aquelas pessoas tivessem de engolir aquela carne humana, entre lágrimas e aflições — carne essa que elas jamais se imaginaram provando, mesmo em seus piores pesadelos?”.

A Vida nos reserva experiências que muitas vezes são desagradáveis e até chocantes. Como por exemplo a morte repentina de alguém que amamos muito.

Cabe a nós prestar muita atenção em nós mesmos e no mundo a nossa volta e tentar agir de forma que possamos diminuir a probabilidade de termos que lidar com acontecimentos dolorosos.

O texto acima é atribuído a Wei Jingsheng, membro da Guarda Vermelha durante a Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung.

Mesmo que relutemos em acreditar que o relato seja verdadeiro, se observarmos as tragédias passadas e atuais da Humanidade, veremos que ele não só é real como acontecimentos semelhantes podem estar se repetindo em vários locais do Planeta.

Mas a maior tragédia da Humanidade não são os eventos trágicos em si, é a indiferença dos homens diante deles.

A romantização de ideologias genocidas e seus mentores psicopatas, revela um lado perverso da Natureza Humana, onde pessoas que se dizem “de bem” e “preocupadas com os oprimidos” mostram simpatia por líderes sanguinários que foram ou são responsáveis pelo sofrimento de milhões desses oprimidos.

A morte violenta pode ser trágica para quem assiste mas, a morte lenta e a sensação de abandono é um sofrimento que só quem passa por ele pode descrever.

O ser humano pode ser levado a tal ponto de degradação psicológica que se alimentar dos próprios filhos se torna não mais uma questão moral, mas uma simples escolha entre morrer e continuar vivo.

Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore. (Mateus 12:33).

Em geral os tiranos tem o dom da palavra e da escrita, mas nunca produzem o bom fruto que é o progresso material e espiritual da Humanidade.

Por favor diga, meu irmão

Por que os ditadores matam e fazem guerra?

É para a glória? Por coisas, por crenças, por ódio, por poder?

Sim, mas mais porque eles podem.

(Rudolph Hummel).

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 01/03/2019
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