SOCIALISMO É BOM?

SOCIALISMO É BOM?

Vamos à História.

Um obscuro professor de nome Jules Michelet, no começo do século XIX, pesquisando para escrever um tratado de História, leu e traduziu para o Francês um livro de nome Nova Ciência de Giambatistta Vicco, um filosofo e historiador napolitano dos séculos XVII e XVIII. Baseado no que leu e nas consequências da Revolução Francesa, escreveu um extenso tratado, História da Idade Média, escreveu também A História da Revolução Francesa onde concluiu que o grande protagonista da História sempre foi um personagem relegado a segundo plano: o povo. O ator principal da História com H maiúsculo é o povo. Seguida por um sem número de pensadores essa ideia deu início ao pensamento socialista que seduziu muitos pensadores, um verdadeiro canto da sereia. Ato contínuo, ao invés de analisar o que o povo buscou ao longo dos séculos, surgiram autores que assumiram o papel de ditar o que é o melhor para o povo e de que modo isso deve ser implantado. Portanto, foi muito mal interpretado e praticado. Nunca produziu uma sociedade que realmente tornou o povo mais amparado, mais livre, mais criativo e mais feliz. Até hoje. Ou seja, sempre fugiu da essência do humano. Entendo que o maior bem de um povo é a liberdade, em todos os sentidos. Se restringida, a sociedade adoece. Acreditando que o inferno é uma sociedade capitalista, o socialismo tornou-se uma filosofia de um tema só: as relações entre o trabalho, dinheiro, patrões, operários. É de uma impressionante falta de imaginação, como se a vida se resumisse ao trabalho remunerado e à economia. Como se fosse a única solução para criar uma sociedade com igualdades de oportunidades, o pensamento socialista tornou-se uma doutrina no mais completo sentido da palavra, com dogmas, mandamentos, que conseguem subverter o raciocínio em troca de seguir cegamente seus princípios. E, claro, disso resultou um universo infinito de teorias, autores e suas obras, que imaginaram sociedades ideais, com pessoas ideais, educadas em escolas ideais. Se criarmos nossas crianças com educação correta, em que cada qual possa desenvolver suas potencialidades e houver igualdade de acesso e oportunidades, o resultado será um país melhor, mas cabe a pergunta: essa sociedade em que cada um desenvolveu suas qualidades individuais, sem lavagem cerebral, será socialista? Dificilmente, acredito eu. Poderá haver mais amor ao próximo, mais justiça social, mais igualdade. Porém, existe um fator não levado em conta: a individualidade. Eu não sou igual a nenhum dos outros sete bilhões de seres humanos meus contemporâneos, que por sua vez também são únicos. Como criar um mundo socialista com pessoas diferentes uma das outras? Um mundo socializado e cooperativista, com muito amor ao próximo e consciência que todos possuem necessidades semelhantes é, sim, um ideal a ser buscado. Mas o caminho para se atingir essas condições ainda não foi encontrado. Essa análise é muito simplista, mas queiram ou não, o ser humano precisa de amor, de humor, de aventura, de família, de transcendência, de alegria e, acima de tudo de todos os tipos de liberdade (de pensamento, de ir e vir, de contestar, de discordar ou não). Até hoje não vi nada disso nos países socialistas.

Paulo Miorim 02/03/2019

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 02/03/2019
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