Rabiscos que descontraem

A vela acesa é a única luz que temos na sala de estar. Ela saboreia um pouco do meu vinho seco e decide não ficar sentada na poltrona enquanto faço o esboço de seu corpo. As paredes manchadas se escondem com a pouca luz. Há manchas de batom vermelho terra na parede. Há um cinzeiro no canto da sala e alguns livros no tapete. Venta pouco lá fora. Eu tomo um pouco de vinho e tento concentrar-me no esboço e em teus seios rosados...mas a chama da vela desvia a minha atenção.O carvão mancha os meus dedos e o papel. Outra taça de vinho. Ela parece estar sonolenta e decide ficar de pé...inquieta a moça não para.Ela não fica parada em um só lugar. O tempo está correndo e eu mal desenhei os lábios dela.A vela se apaga. A sua silhueta fica estampada na parede suja da sala e aos poucos vai sendo apagada pela escuridão.

Carolina Duvir
Enviado por Carolina Duvir em 15/03/2019
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