Querido escritor

Abraços, segredos, palavras que agora não significam nada me atormentam todas as noites antes de dormir, tenho que fugir, pois as lembras rasgam o meu peito.

Eu realmente sinto muito, por todas as vezes que tentamos, mas não deu certo e nesse momento, sinto que dei o máximo de mim e não me restou quase nada.

Eu te servi somente para suas histórias fantasiosas, você sugou todo os meus sentimentos e transformou em um caos do qual nunca quis fazer parte.

Me martilizou e me eternizou da forma mais cruel e sádica.

Me anulei diversas vezes para caber no seu mundo e mesmo assim não hesitou em publicar todas aquelas mentiras sobre nós dois.

Infelizmente jamais seremos iguais.

Você tem o dom com as palavras, as usa como espinhos, talvez esse seja o seu erro, talvez eu jamais poderei ser como você.

As assombrações da pessoa que não existe mais, ainda estão vivas dentro de mim, e inexplicavelmente não te odeio tanto como deveria.

Eu li seu conto sobre mim, palavra por palavra.

Ainda me lembro quando juramos que jamais escreveríamos sobre nós dois, e o quão tola fui por acreditar, embora agora faça o mesmo, e malditamente me arrependendo, pois sei que também irá doer.

Vou te eternizar verdadeiramente, não serei tão fria e calculista, isso deixarei para você.

No fundo, somos um pouco parecidos, mesmo que eu prefira negar, mas é inevitável, escrevemos o que jamais diríamos pessoalmente.

Pois somos covardes.

Klarapattinson
Enviado por Klarapattinson em 20/03/2019
Reeditado em 20/03/2019
Código do texto: T6602895
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.