Querido escritor
Abraços, segredos, palavras que agora não significam nada me atormentam todas as noites antes de dormir, tenho que fugir, pois as lembras rasgam o meu peito.
Eu realmente sinto muito, por todas as vezes que tentamos, mas não deu certo e nesse momento, sinto que dei o máximo de mim e não me restou quase nada.
Eu te servi somente para suas histórias fantasiosas, você sugou todo os meus sentimentos e transformou em um caos do qual nunca quis fazer parte.
Me martilizou e me eternizou da forma mais cruel e sádica.
Me anulei diversas vezes para caber no seu mundo e mesmo assim não hesitou em publicar todas aquelas mentiras sobre nós dois.
Infelizmente jamais seremos iguais.
Você tem o dom com as palavras, as usa como espinhos, talvez esse seja o seu erro, talvez eu jamais poderei ser como você.
As assombrações da pessoa que não existe mais, ainda estão vivas dentro de mim, e inexplicavelmente não te odeio tanto como deveria.
Eu li seu conto sobre mim, palavra por palavra.
Ainda me lembro quando juramos que jamais escreveríamos sobre nós dois, e o quão tola fui por acreditar, embora agora faça o mesmo, e malditamente me arrependendo, pois sei que também irá doer.
Vou te eternizar verdadeiramente, não serei tão fria e calculista, isso deixarei para você.
No fundo, somos um pouco parecidos, mesmo que eu prefira negar, mas é inevitável, escrevemos o que jamais diríamos pessoalmente.
Pois somos covardes.