.[•|Sorvete de água-de-rosas com cobertura de pistache torrado|•].

Posso pressentir o medo.

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Meu estômago se revira, pulsando de dor e queimação.

Os poros de minha pele soam.

Por sua vez, o suor umidece toda superfície do meu corpo.

Meus olhos cintilam e deixam escorrer lágrimas, que se unem ao suor com o decorrer de minhas curvas, tornando-se um líquido salgado.

Minha boca exala um odor entorpecente, do mais doce veneno.

Cada célula do meu corpo explode de adrenalina.

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Meus lábios se contraem.

Meus cílios caem.

Meus joelhos tocam o chão frio.

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Um líquido vermelho jorra.

Cada orifício do meu corpo sangra.

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O punhal é deixado de lado.

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Agora, um ou dois tiros me crivam o peito.

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Como em câmera lenta, caio horizontalmente.

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A sensação que me ocorre a seguir é a última:

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Sinto meu rosto se desfazer, aprofundando-se cada vez mais no concreto duro.Minha face ensangüentada é sugada pela terra.

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E em questão de segundos...

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...já me sinto parte dela.