A GRAVE ACUSAÇÃO

No princípio, era o homem primitivo, ainda sem a capacidade intelectual, vivendo da mesma forma que todos os outros animais. A mesma evolução que o colocou nesse patamar, concedeu-lhe a capacidade de raciocinar, e ele passou a construir raciocínios suscitados pelos seus pensamentos, assinalando a sua passagem para a condição de homem habilidoso. A partir daí, numa espetacular progressão através dos tempos, ele assumiu o comando do Planeta Terra, eliminando a possibilidade de ser confrontado com quaisquer outros animais, a não ser com ele próprio, cujo exercício ele aprimorou no decurso do tempo, assumindo características extremamente sutis e inteligentes, com as suas articulações para atender, com a mais absoluta primazia, os seus interesses pessoais. Tornou-se um verdadeiro mestre neste exercício, e seria impossível enumerar especificamente todas as suas artimanhas, presentes em todas as suas atividades. Assim, não há nenhum procedimento, da parte do homem habilidoso, onde a intenção de satisfazer algum tipo de interesse pessoal não esteja presente. A única diferenciação existente nesse contexto é quanto ao aspecto ético e moral nele inserido, como componente da sua finalidade, podendo esse interesse alcançar, em seus extremos, a sublimação ou a torpeza e o horror, no seu apogeu. A realidade nos mostra uma inclinação bem mais acentuada para a segunda alternativa, o que eleva intensamente, o nosso conceito negativo sobre a nossa humanidade.

Os canais por onde se escoam os interesses do homem habilidoso são incontáveis, por isso, como uma adequação aos objetivos do texto, consideraremos apenas o canal racional, como sendo onde estão alojados todos os interesses relacionados ao mundo secular, e de outra parte, o canal espiritual, onde se encontram os interesses espirituais. Em tese, esse dois canais deveriam estar completamente individualizados, pois os interesses de ambos deveriam se desenvolver paralelamente, sem jamais se integrarem entre si, pois os seus objetivos, não são e nem podem ser os mesmos, de acordo com Gálatas 5;16,17 e I Coríntios 2;14. Contrariando essa premissa fundamental, o homem habilidoso, idealizou o exercício da astúcia, que é uma maneira capciosa e mal intencionada de utilizar os seus recursos intelectuais, e também uma forma de associar os dois canais, mascarando o canal espiritual e introduzindo nele o canal racional, direcionado para os interesses comerciais, próprios do mundo secular, mediante a organização de enormes redes de supermercados para comercializar um produto intangível; a FÈ, que não paga impostos, não exige depósitos para estocagem e nem onerosos mecanismos de controles, senão apenas templos suntuosos, com acomodações confortáveis, para a audição de sofismas e ladainhas caóticas, a exemplo do antigo parlamento grego, onde os sofistas esbanjavam a retórica persuasiva.

Os organizadores dessa astuta atividade, que assumiu proporções gigantescas, são os escribas, e os seus melhores contribuintes e ajudantes são os fariseus, conforme bem definido em (Mateus 23;1 a 39), mas, com o gigantesco crescimento econômico-financeiro das várias instituições que exploram essas atividades, elas praticamente nem têm mais necessidade das contribuições financeiras dos fariseus, pois diversificaram as suas atividades comerciais, como ensinam as regras do gênero, e atualmente interessa mais o poder político proporcionado pela quantidade de fariseus que se submetem a todas as suas orientações, cujo poder político é muito respeitado, é claro, pelos políticos profissionais. Atualmente, observa-se uma invasão de escribas na política profissional, talvez como uma tentativa de retornar aos moldes da Idade Média, quando havia a fusão do poder religioso com o poder político, reunidos na igreja católica apostólica romana, a mais antiga (pioneira) dessas organizações. Mas, a teologia da libertação não “pegou”.

Essa instituição foi a que implantou a adoração de imagens em forma de estátuas, que os fariseus carregam nos ombros, e também aumentou a seara da Divindade, incluindo a deusa Diana (ou Ártemis) dos efésios, em cuja homenagem deu-lhe muitos outros nomes, sintetizados na deusa que caiu de Júpiter, ou que apareceu submergindo de um rio, ou que se apresentou para crianças, cujos nomes foram associados à inúmeras “lojas”, chamadas de templos, que estão espalhadas por muitas cidades. (Atos 19;23 a 41 e Isaías 2;8 / 45;20 / 46,6,7)

Para completar, eles ensinam aos fariseus, por incrível que isso possa parecer que Jesus Cristo foi o fundador da “santa” igreja católica apostólica romana, tornando-O um escriba como eles. Essa é uma gravíssima acusação contra Cristo, que assim se tornaria corresponsável e conivente com tantos crimes graves e hediondos que foram praticados por essa instituição. E, milhões de pessoas, no Brasil e em diversos países do mundo, acreditam, ou fazem de conta que acreditam nesse absurdo, apesar da evolução mais acelerada do homem habilidoso nos últimos 60 mil anos! Os sofistas subvertem com má fé o sentido de Mateus 16;18, cujo sentido real está muito bem esclarecido em Atos 4;11, com relação a quem é a Pedra Angular verdadeira, que sustenta a manifestação Divina. Jesus Cristo não merece tamanho absurdo contido nessa horrorosa e infamante acusação! Essa é a “sábia” interpretação da Bíblia por parte dos comerciantes da fé.

Assim, juntando tudo isso com os horrores da inquisição, os escândalos e maus exemplos ao longo da história, denunciados por membros da própria instituição, como Lutero, João Huss, Giordano Bruno (estes dois queimados vivos) e outros, que não escapam da percepção dos mais atentos, incluindo a prática da pedofilia por pseudos religiosos do alto escalão e próximos ao chefe da instituição, é apresentado a todos, um cenário tenebroso que afasta e dispersa as “ovelhas” mais desenvolvidas intelectualmente, dando-lhes amplos motivos e argumentos para repercutir a descrença nos verdadeiros Profetas, e o que é pior, no Pai, no Filho e no Espírito Santo, Os principais nos Quais devemos acreditar, na nossa espiritualidade.

Mateus 23;14,15,16,39 – Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque devorais as casas das viúvas, fazendo, para disfarçar, longas orações; por isso recebereis uma condenação muito maior. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito, e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós. Ai de vós, guias cegos! Pois desde agora vos digo que de modo algum me vereis, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor.

Isaías 46;6,7 – Alguns tiram o ouro da bolsa, pesam na balança certa quantidade de prata, contratam um ourives e mandam fazer um deus. Depois se ajoelham e o adoram. Põem o deus nos ombros e o carregam, depois o colocam num suporte e o firmam bem para que ele não venha a sair do seu lugar. Por mais que alguém o invoque, ele nada responde e não livra ninguém das suas dificuldades.

Atos 19;24,26,27 – Havia certo ourives, chamado Demétrio, que fazia miniaturas de prata do templo de Ártemis, e proporcionava bom negócio aos artífices. E estais vendo e ouvindo que não só em Êfeso, mas em quase toda a Ásia, esse homem, Paulo, tem convencido e desviado muita gente, dizendo não serem deuses os que são feitos por mãos humanas. E não há somente o perigo de que esse nosso tipo de negócio caia no descrédito, mas também que o templo da grande deusa Ártemis perca toda a sua importância, vindo até mesmo a ser destituída da sua majestade aquela a quem toda a Ásia e o mundo adoram.

Atos 4;11,12 – Esse Jesus é a pedra que foi rejeitada por vós, os construtores, a qual foi posta como pedra angular. E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu, não há nenhum outro nome entre os homens pelo qual devamos ser salvos.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 02/04/2019
Código do texto: T6613922
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