Meio assim

Senti uma dor no peito, infelizmente não é infarto. Não é dor de amor, nem tristeza.

É peso, uma sina. Sabe, os dias que você não sente raiva, compaixão ou esperança são os piores. Destituído de qualquer sentimento (bom??!) vagamos por sob as profundezas de nosso próprio vazio.

O vazio é mais pesado que um coletivo em horário de pico, é mais cruel que qualquer sofrimento. E você sente raiva – sim, agora ela aparece – Raiva porque você, racionalmente, sabe não ser justo se sentir assim. Eu não estou aqui para auferir as dores do mundo, mas ao ferir as minhas, desabo.

Qual o teu sofrimento? Se você pudesse o apagar da memória, mas sob condição de apagar o que o acarretou (alguém, algo, um objetivo frustrado, o vazio...) você se apagaria?

Esses dias fez sol. Mas ainda sinto que isto não me importa.

O desprezo que julgo sentir é consequência do autodesprezo? Por que não consigo sentir prazer nas coisas que outrora sentia? Chega! Já cansei de lamber minhas feridas.

Meu peito ainda dói, mas nada de infarto... Ainda!