A Areia e o Salto
A areia escorre pelos meus dedos ,metáfora da vida que se vai ,
do passado só sobram alguns grãos ,grudados na palma , vãos guerreiros do tempo ...
O mar á frente gera novas ondas ,nenhuma igual a que passou ,
a ampulheta não pode ser virada ,se a vida é um jogo , não são nossas as regras.
As chances são sempre únicas,se aparecem outra vez , são apenas clones,como somos nós , clones do que éramos na primeira vez ,
aparentemente idênticos , mas com cicatrizes diferentes.
O amor é uma dupla de trapezistas saltando vendados ... sem rede
esperando a segurança da mão do seu par ou a distância abissal da queda.
Um eterno revezamento entre barco e cais ,enquanto um se aventura
o outro é porto seguro , o momento da calmaria.
Saltar é preciso mesmo que um salto preciso precise de uma mão precisa precisamente na hora exata.
Se tirarmos a venda da paixão mutilamos mortalmente a emoção,
saltos calculados não são amor não possuem seu glamour , nem seu sabor.
Amar é pular sem olhar , é acreditar na sua convicção, ter sua própria e louca razão mesmo que a platéia grite : Não !
Já subimos os degraus da torre, eles como por encanto se partiram
impedindo nossa volta, já estamos vendados ...
A areia da ampulheta acabou, nosso tempo de escolhas se esvaiu
eu vou saltar ...
venha ....