A Areia e o Salto

A areia escorre pelos meus dedos ,metáfora da vida que se vai ,

do passado só sobram alguns grãos ,grudados na palma , vãos guerreiros do tempo ...

O mar á frente gera novas ondas ,nenhuma igual a que passou ,

a ampulheta não pode ser virada ,se a vida é um jogo , não são nossas as regras.

As chances são sempre únicas,se aparecem outra vez , são apenas clones,como somos nós , clones do que éramos na primeira vez ,

aparentemente idênticos , mas com cicatrizes diferentes.

O amor é uma dupla de trapezistas saltando vendados ... sem rede

esperando a segurança da mão do seu par ou a distância abissal da queda.

Um eterno revezamento entre barco e cais ,enquanto um se aventura

o outro é porto seguro , o momento da calmaria.

Saltar é preciso mesmo que um salto preciso precise de uma mão precisa precisamente na hora exata.

Se tirarmos a venda da paixão mutilamos mortalmente a emoção,

saltos calculados não são amor não possuem seu glamour , nem seu sabor.

Amar é pular sem olhar , é acreditar na sua convicção, ter sua própria e louca razão mesmo que a platéia grite : Não !

Já subimos os degraus da torre, eles como por encanto se partiram

impedindo nossa volta, já estamos vendados ...

A areia da ampulheta acabou, nosso tempo de escolhas se esvaiu

eu vou saltar ...

venha ....

Ello
Enviado por Ello em 11/04/2019
Código do texto: T6621246
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