Uma mulher na escuridão

Está tudo escuro, ela não vê nada. Não vê o futuro, não vê o presente, só vê o passado. E o passado, que parece presente, é escuro e sombrio.

Dentro da sua mente, que mais parece um cubo mágico, ela nada vê. Não consegue encaixar as peças e ninguém pode lhe ajudar. Tudo é muito confuso. O pânico se instaura, e as paredes parecem se fechar, apesar de a porta está aberta.

O mundo lá fora está normal. No verão faz calor, no inverno faz frio, mas para ela só existe uma estação, que é a escuridão. De vez em quando um fleche de luz ilumina o seu quarto, mas logo se apaga, e volta a escuridão anterior.

Ninguém vê, pois a escuridão é muito mais forte do que a sua luz. Mas a luz está lá, mais forte do que o sol, mas ninguém acha o interruptor para ligar, por que é muito escuro.

E assim se passam os dias escuros, a base de Rivotril. Nada parece lhe acalmar, nada parece lhe iluminar, e o nada é só o que há. Mas a luz está lá, só procurando o interruptor que só ela pode apertar.