Além do que entendo.
Ao longo de nossas vidas cometemos muitos enganos, desenganos e acertos. Precisamos ao menos compreender que as pessoas são diferentes de nós, e por isso mesmo, agem de forma diferente de como agiríamos diante de uma mesma situação. Mesmo tendo esta consciência, nem sempre conseguimos nos colocar no lugar do outro e compreender suas razões, isso nos fere, nos revolta, nos faz sentir pequenos, muito desprezados até...
O sentimento de inferioridade que por vezes nos toma de assalto se assenta no orgulho, na ideia de possuir algo que não se pode ou que não se deve ter, ou ainda, na prática de comparação entre pessoas julgando-se melhor ou pior que outrem. Aí sofremos, e como sofremos!
Mais uma vez entra em cena a forma de cada um sofrer: algumas pessoas entram em um círculo vicioso de dor o qual não conseguem romper, porque se alimentam dos bons momentos vividos, da suavidade das doces palavras proferidas, e perpetuam sua própria dor por longos períodos; outros procuram nutrir-se de excessiva racionalidade, revisitando os momentos mais tristes que possam ter existido para justificar e reafirmar o fim...
O que dizer quando mesmo diante da dor e da saudade aniquiladora, é nítida a percepção de que o outro nos protegeu de nós mesmos, e nos salvou de sua presença perniciosa em nossa vida? Não queremos ser salvos, mas assim mesmo o outro nos salva, até e principalmente de nós mesmos...
O que pensar do outro quando ele toma para si a pior das escolhas que poderia ter feito para não prejudicar a sua vida? Isso não nos faz doer menos, mas não há mais como voltar atrás, não há caminhos para retroceder. Mas na verdade, para todas as situações o tempo é o senhor da cura ou da minimização da dor... Com o tempo, haveremos de dizer: doeu, mas foi melhor assim!