Maturidade

Estou a uma altura do campeonato em que "convém não arriscar", "em time que está ganhando não se mexe", enfim... Se tudo está em paz, pra que mudar as coisas de lugar?

A estrutura oca de algumas pessoas com quem tenho me deparado nos últimos tempos, me faz sentir pena de quem ultrapassa a marca dos 40 carregando tamanhas frustrações, imensas carências, vícios e vazios "abismáticos".

Agradeço a DEUS, que não deixou que as surras que levei da vida me transformassem em alguém assim: cabisbaixa, derrotada por algo que almejei e não alcancei; deparei-me com pessoas que utilizam os bens materiais que acumulou ao longo da vida como cartão de visita de sua própria imagem, pessoas que te escolhem para fazer parte de sua vida somente se a tua forma corpórea lhe agrada aos olhos, ou pior: ao seu paladar! Se é que o leitor desta reflexão me entende...

Pessoas enclausuradas em suas próprias dores, num mecanismo cíclico de busca de si mesmo "no outro", ou em algo material que deixou de conquistar.

Também sinto minhas próprias dores: algumas físicas, outras emocionais, afinal, ninguém é de ferro!

Mas agradeço ao SENHOR DA VIDA por me dar força imensa para me sentir em paz com minhas conquistas, mas acima de tudo, com as frustrações que recebi da vida, as quais, diga-se de passagem, representam nossos maiores e mais doloridos testes de resistência à dor e nossa definição de feliz ou infeliz!

Agradeço por ter aprendido com tudo que vivi de bom ou mau do alto dos meus 44, que cada pessoa é muito mais que sua casca física ou os bens materiais que acumulou.

Gente de verdade é capaz de olhar para dentro do outro e colocar -se em seu lugar, compreender sua dor e também sua alegria. Amar ao próximo, apaixonar-se loucamente ou simplesmente tornar-se amigo de alguém não deveria precisar passar pelo crivo estritamente fútil de ser bonito, sarado e rico!

Que pena verificar que há uma legião de pessoas maduras na idade e absolutamente imaturas em existir e viver...