REALIDADE
Perdemos a inocência: ganhamos a cumplicidade...
E o que Fazemos agora?
Uma unicidade de almas, capaz de compartilhar
o improvável, a mais impossível das possibilidades...
E arriscamos o mundo, a alma, o coração!
Até quando? Quanto tempo? Por quê?
Porque o olhar diz tudo, insiste em fazer
a denúncia desta tal cumplicidade.
Promove a alienação das certezas, a escravidão da razão,
Pondo à prova a ingenuidade, e enfim, desconstrói o “não”.
Por quê? Por que o sim? O risco, a dor, o fim...
Te cega a paz o querer estar e ficar,
O chegar onde nem se pode ir...
Não deveria dar-se a mim, mas sim,
Retirar-se de mim a todo custo e sob qualquer pretexto!
Doces palavras, um suave sentir,
Um sutil incômodo na alma.
Quem pode definir censurar e condenar?
Apenas o mundo... Ah, só o mundo!
Dor: escuridão que habita em mim.
Amor: liberdade que ofusca a razão.
Temo o desencanto do encantamento
E isso é bem mais que o fim!