Plummadrinha

Uma “contrapartida” favorável pode ter me chegado com alguns anos de atraso.

Ou seria agora, o momento certo?

Somente o tempo pode me responder.

A vivencia atual de uma fase acelerada na vida onde tudo realmente pede decisões e ações imediatas, se caracterizou para mim como a pré-velhice que bateu à minha porta após ter ultrapassado a “boa idéia” dos cinqüenta e um anos de idade que me destinou à fase sexagenária que cada vez mais, se aproxima, sinalizando os poucos anos que faltam para o início do temeroso ciclo que me efetivará na graduação sênior em sua totalidade.

Estou reflexiva e resgatando em meus pensamentos, lembranças do passado, dos desligamentos espontâneos que aconteceram nos meus ciclos. Houve afastamentos naturais e, diante desse “revivel” afetivo que vivencio entre os fatos que cruzaram meus pensamentos, lembrei-me de uma afilhada que somente tive contato quando a batizei em 1990 na cidade de Manaus, onde residi por pouco tempo, casada na ocasião.

Foi um vínculo afetivo e momentâneo que se deu pela afinização de amizade que existia entre o seu pai e meu ex marido já falecido ambos, militares da Marinha. Os compadres a partir de então, se conheceram pela habitual movimentação de pessoal que os destinou ao exercício do ofício por um período limitado naquela região. Se tornaram bons amigos e selaram essa consideração estabelecendo-se nesse vínculo maior.

Residi menos de dois anos naquela localidade, pois foi ocorrendo um afastamento no casamento e fatalmente com o tempo, a separação.

Poucos meses depois houve a transição do meu regresso à cidade natal, nunca mais retornei àquela cidade e dessa forma, o vínculo afetivo do compromisso social com a pequenina, não teve seguimento.

Nossas vidas seguiram cursos diferentes obviamente pela cronologia da idade que já nos distanciava, mas, principalmente, pela localidade territorial que vivíamos. Eu retornei para o Rio de Janeiro e ela tempos depois, retornou para Belém do Pará onde nasceu e seguiu sua criação e formação por lá.

Atualmente com a tecnologia aproximando as pessoas pela democratização e necessidade do acesso tecnológico nas informações e comunicações, reencontrei e reconheci virtualmente aquela menina, hoje, uma jovem mulher, se nutrindo intelectualmente para sobreviver melhor profissionalmente e apostando ainda que moderadamente, um pouco da sua imagem entorno às declarações impactantes que registra nas redes sociais.

Mostra-se fortemente inteligente, ousada, abusada, alternadamente carente, frustrada em alguns momentos, mas, superada e sem nenhuma autocensura, sem nenhum constrangimento e pronta para o enfrentamento social. Que legal!

E dentro desse universo, dois pontos muito importantes me chamaram atenção na dinâmica de suas atividades: O fato de se exprimir publicamente através dos textuais objetivos e o fato de se lançar na prática, com os seus conhecimentos místicos na cartomancia e astrologia.

Não sei se ela possui mediunidade ostensiva como suporte ou se joga tecnicamente sem a tão importante sensibilidade. De qualquer forma é uma entusiasta e estudiosa sobre os temas afins comigo e com a minha vida. Lembrei-me que somos opostas e complementares na roda zodiacal (câncer/capricórnio) e isso pode favorecer. Seria uma ótima oportunidade para testarmos as determinações dos perfis astrológicos. O que parece bom pode se tornar ótimo!

Quero buscar um meio para me aproximar, mas ainda não sei como fazer. Penso de alguma forma unir nossos talentos textualísticos e místicos para viabilizar a celebração de um “encontro”, de uma aproximação sem cobranças, sem justificativas e sem culpas pelo intervalo de anos em que estivemos desvinculadas.

Para ela sou uma desconhecida caindo de pára quedas. Talvez uma curiosa somente. Gostaria na verdade de poder ser uma fada madrinha na sua vida e contribuir significativamente para sua jornada. Queria trocar figurinhas nesse universo místico com o qual nos afinizamos, queria formar laços firmes em atividades “artísticas” afins, mesmo que distantes territorialmente. Seria possível? Não sei!

Definitivamente não consigo imaginar como seria a reação dela ou como seria a intenção principal que teria, já que o foco de todos os seus problemas fatalmente vem de encontro ao de todos: o financeiro.

Chegou a declarar o estabelecimento de uma grande amizade na empreitada do financiamento coletivo, com quem contribuir significamente nessa fase crítica que vem passando, a fim de concluir suas especializações intelectuais e cobrir custos pessoais.

Preciso encontrar estratégias inteligentes se realmente eu decidir recriar e conquistar o vínculo do passado de uma condição "afetiva" que ela nem se lembra.