Desnatureza

A corda da vida que une mãe e filho

Fizeste questão de romper...

─Vai, voa, cresce, seja bruto, selvagem, crie tua vivência.

Mãe!!! Por quê?

Corpo estranho; deixaste substituir o tal amor paterno!!! Por quê?

O que te faltava, ó mãe?

Pois respondo-te...Nada!

Eras feliz, ou melhor, éramos!

Tesouro trocado por papel, fomos jogados ao léu;

Por quê? Responde!

De ti; tua boca amarga, dura, ardente, ouvi

Muitas coisas farpadas e cortantes.

Quebraste em mim o espelho de heroína, figura dourada

resplandecente que de ti detinha em meu coração!!!

Ó não, me responda. Não desfaleça na escuridão

Faça-te sã novamente

Qual o mal que paira em tua mente?

Diga-me!

Morimbudamente, digo-te, coitada!

Que o astro rei, sublime, tenha pena de ti e de tua beleza.

Perdir-lhe-ei que preserves a teu corpo, mas que marques tua face

para que ti lembres da repulsa que sentias de tua prole ou enteados,

se assim o quer; lembre que foi tu, oh fera negra

a base da destruição.

Agora, vou-me, sim...Esqueça-me!

Dar-te-ei o último beijo. Lembre-te apenas da

dor que te causei quando de ti suguei a força

de minha térrea nutrição e meu nascimento.

Isso não se compara, na menor das angústias, ao meu sofrimento.

Agora...

...

...

Vou-me...

Daniel S Costa
Enviado por Daniel S Costa em 25/09/2007
Reeditado em 21/01/2010
Código do texto: T667907
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