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VIAJAR
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Viajar - ah, quantas maneiras! -, através da música, estrada, livros, pensamentos, dança... Quando entro em minha biblioteca particular, ah! É uma espécie de viagem. Uma viagem deliciosa no meio das dunas de palavras, enroscada em quintais de versos, entre crepúsculos e noites sobre um rio de estrofes...
Viajar - sempre que possível - de todas as formas! E o meu escritório , por exemplo, tornou-se um - caminho abrigo - e quando dele eu regresso palavra, ah! Torno-me viajante dentro de mim, despojada de tantas coisas, com a leveza de uma das páginas ou tomada pelas aflições de outras. Nunca retorno da mesma maneira, sempre transformada e os lugares (mesmo os já conhecidos) nunca são e nunca serão os mesmos. Panta rei! Pois a releitura afasta o pensamento das antigas certezas, purifica e calibra o olhar da criatura em sua viagem.
Viajar! Pela leitura, então, uma alma inquieta como a minha - adora! -, passeio por almas múltiplas em meu jardim de livros... Almas estilhaçadas, abismos, asas, melancólicas, esperançosas... Almas, almas, almas!