A CAMINHO DE EMAÚS, O DECLÍNIO DA FÉ

“Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?” (Lucas 24:32)

Apostasia.

Vivemos num tempo em que o abandono da fé tem sido uma constante na vida de muitos que por diversas razões e motivos deixam de acreditar e seguem em direção a Emaús, retornando para as suas vidas de outrora, deixando para trás a centralidade de uma vida espiritual desenvolvida há anos, ou até mesmo, quem sabe há décadas.

E porquê isso acontece?

Os motivos são vários, muitos estão revoltados, não acreditam mais na igreja como ‘corpo de Cristo’; muitos jovens estão de fato revoltados com a instituição.

Outros foram feridos por algum líder ou alguma liderança ao seu encargo, e quem sabe decepcionados por seus projetos falidos.

Todavia líderes também são alvos dessa mesma situação: devido a politicagem de sua denominação, frustrados pela sua vocação ou por ter perdido o lugar na ‘dança das cadeiras’.

Mas a maioria sem dúvidas são daqueles que não criaram as suas raízes na fé, pessoas que chegam tarde ao culto e saem cedo, sentam na última fileira e não gostam de se envolver com os outros: são os mochileiros, estão de passagem e não desejam compromisso com Deus e muito menos com o próximo. Contudo esses quatro grupos têm algo em comum: apetite espiritual.

A caminho de Emaús Cristo responde para os dois homens e a nós as razões para tais atitudes, como diz no verso 15: “E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles”.

Estavam indo embora porém o assunto ainda era Jesus. Isso demonstra que o encontro deles com Cristo não foi capaz de mudar a palavra outrora semeada em seus corações e “o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles”, demonstrando que Jesus ainda é o mesmo, não mudou e jamais abandona quem se distancia dEle.

A decepção dos discípulos é contemporânea, eles criam que “...fosse ele [Jesus] o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.”

Cristo não veio dar a Israel a libertação do Império Romano e sim libertar Israel de sua religiosidade que não produziu mais frutos. Eles estavam discutindo com o próprio filho de Deus, e traziam notícias de três dias atrás pois o Rei dos reis já havia ressuscitado!

Da mesma forma muitos crêem numa divindade que serve para os seus interesses pessoais e ao mesmo tempo tem as suas memórias presas numa decepção, num triste passado.

Jesus Cristo hoje quer nos alimentar com a finalidade de nos dar a força suficiente para refazer todo o caminho percorrido, a fim de que reconheçamos o partir do pão e principalmente o queimar de suas palavras em nós, ressuscitando nossa fé e vivificando em nós o desejo de voltar para Jerusalém e esperarmos a sua volta!