O livro da vida - Fragmentos Óbviolatente

Imagine que você seja um livro e sua vida esteja escrita nesse livro.

Suas primeiras páginas estão marcadas o momento do seu nascimento,

sua infância, juventude, e toda sua bagagem estará escrita ali.

Seguindo, demarcará toda sua trajetória, suas conquistas e derrotas

até o último dia de sua vida, até a última página desse livro.

Digamos que no meio desse livro contenha uma página e nessa página

estará definindo exatamente o hoje, o agora em sua vida,

essa página apresentará esse exato momento, essa página é você.

Então, o que aconteceria se essa página fosse arrancada desse livro?

Quem seria você se não tivesse encaixada em seu livro?

O que aconteceria se tirássemos uma por uma das suas páginas iniciais ao seu nascimento?

Se arrancasse a página que marca o momento em que você foi nomeado, quem você seria se não tivesse esse nome?

Quem seria se arrancassem sua bagagem de tudo o que aprendeu e adquiriu em sua trajetória,

aquilo que formou essa pessoa que tem seu nome hoje, quem seria você fora dessa história?

Se fosse separado de tudo aquilo que planejou ou espera para suas páginas futuras,

o que seria você, quem seria essa folha, o que ela significaria?

Pare um pouco...

Tente não ficar debatendo com essas palavras.

Nem julgando se são loucas, certas ou erradas, se vale ou não a pena.

Se está sendo escrita em concordância, com ou sem acento.

Deixa eu ser mais claro, deixa de ser idiota e apenas tenta captar.

Aqui não se trata de certo ou errado, de religião, teorias, viagens, paranoias ou etc.

Isso tudo tem relação com você, não é preciso ter base em nada do tipo para pensar e responder sobre.

Veja, é simplesmente real, e por mais que não tenha curiosidade,

essas perguntas existem e se tem uma pergunta tem uma resposta.

Essas são perguntas obvias com respostas latentes, não é que não existem respostas, a verdade é que elas deixaram de importar para as pessoas automatizadas, assim como um robô não pode parar para fazer o que está fora de sua programação, nós não tentamos pensar o que está fora de nossa automação, nos deixamos rotular e aceitamos o que viemos recebendo ao longo dos anos.

Reparou que ao invés de tirar os rótulos temos criado e posto mais rótulos sobre nós?

Se você desgarrar de todos seus rótulos, de tudo aquilo que te define, de tudo aquilo que te automatiza, desprendendo-se da ideia de sexo, idade, religião, posição social...

Então quem seria você? Deixaria de existir?

Você apenas existe se for esse ser automatizado e rotulado?

Você só existe se for um personagem, um avatar nesse mundo, nessa vida, com uma raça, uma cor, um sexo, um nome definido?

Reparou como na vida nós temos nos parecido ainda mais com os personagens de jogos, com mais e mais definições e rótulos para tentar expressar nossa existência, nossa individualidade?

Isso tudo não passa de rótulos e não somos rótulos, não existimos a partir disso.

Então, quem é você?