Filosofia e ciência (verdade essencial e totalidade da verdade)

A função primordial da ciência é a de completar este gigante quebra cabeças que é a ou são todas as verdades [ou conhecimentos], digamos, ''laterais'', e que é um complemento absoluto para a filosofia. Apesar disso, a função científica ainda é como enxugar gelo ou, como se uma tartaruga decidisse disputar corrida com um leopardo. É quase ou praticamente impossível que a ciência/"a humanidade" num dia desses, de preferência daqui há muitos e muitos anos, consiga este feito. Individualmente falando, a ciência tem o mesmo valor absoluto que qualquer desafio ou vitória, nenhum, se tudo será em vão. Mesmo a civilização intergalática mais excepcional que possa vir a existir, essas questões simples e absolutamente profundas da filosofia, sempre estarão presentes, e com as respostas mais desanimadoras possíveis. Poder-se-ia determinar a filosofia, em sua essência, por sua face mais oculta ou sombria, como o cúmulo do desânimo, pois seus argumentos são exterminadores natos de qualquer esperança ou frivolidade de crença.

A função da filosofia, nós já sabemos, e que a maioria não quer mais saber quando sabe, é a de servir como uma bússola, sempre apontando para o ''norte/céu''. Essencialmente, ''inventamos'' a ciência, mas não a filosofia. Quando o homem descobriu como controlar o fogo ele já estava praticando ciência. Mesmo que sua conquista tenha se dado com base no improviso ou "sem querer", ele quis, especialmente a partir da possibilidade de conseguir. Não é o mesmo que a filosofia. Existe uma grande diferença entre uma descoberta "positiva" e uma "negativa". O domínio do fogo ajudou a humanidade. A descoberta involuntária sobre a própria condição existencial de finitude a deprime. É um golpe de água fria logo pela manhã. Mas, absolutamente necessária, por se consistir no nível mais alto de sanidade, de compreensão da realidade que se pode alcançar. Portanto, a função primordial da filosofia é este banho gelado de sanidade. Mesmo de chegar a dizer à ciência que tudo o que faz é inútil no final das contas. Sem a filosofia, aliás, o que a ciência é hoje, antagônica, age de maneira imatura.

A filosofia, portanto, busca, ou melhor, já encontrou a essência da realidade [pelas verdades absolutas ou conhecimentos existenciais, ao se aprofundar sobre o próprio indivíduo], e sua função é mais óbvia, repetitiva, mesmo que muito mal compreendida. Já a ciência, é uma mutante natural, que deveria acumular-se de seus conhecimentos materiais ou ''laterais'', com base ou, a partir da filosofia, diga-se, de sua essência, e não por suas múltiplas distorções ideológicas.