O sabor da palavra proibida
Eu lembro quando estávamos com tanto medo de dizer "eu te amo". Era sempre "eu palavra-proibida você", e ríamos, pois sabíamos que "eu te amo" era apenas uma maneira de admitir que era amor - era amor? - e não queríamos fazer aquilo tão rápido.
Depois de um tempo, ficou cansativo. Supérfluo. Eu queria muito dizer que te amava. As palavras estavam presas na minha garganta. Eu precisava dizer...
E eu disse.
E foi amargo...
Me faz lembrar como você se foi algumas semanas depois. Acho que não era amor para você. E você não deveria ter dito "eu te amo" também. Você deveria ter pedido para eu ir com calma, que você não estava preparado. Acho que ir embora é uma maneira de dizer que não está preparado, certo? Bem, foi difícil enxergar isso no início...
Por que você chorou quando foi embora? Por que você agiu como se estivesse sendo difícil para você, quando era você que estava indo?
E eu chorei por meses...
E meses...
E meses.
E então a dor acabou. Com a mesma amargura daquele dia em que eu abri a boca para dizer que te amava.