REALIDADE PESSIMISTA

Sinto-me obsoleto, a nostalgia que provém do desencanto aproxima-se do meu ser de modo lento e progressivo, não tenho mais medo de morrer jovem, distancio-me de tudo e de todos sem que eu mesmo perceba, aquela imensa vontade de crescer é agora uma imensa vontade de morrer por um sentimento simplório, já me acostumei com isso, vejo agora a sua imagem como uma pintura, uma obra pictórica pregada no meu coração causando um sangramento de dor. Espero que a luz das trevas continue iluminando a minha vida que a cada dia percebo a sua inutilidade diante da morte que para mim, tem um quê de atração fascinante, diante de tudo isso, vivo o meu porém sem nenhuma expectativa de um sonho melhor, portanto, que venha o apocalipse, que venha o mau do século, que venha Lúcifer, nada disso se compara com a solidão.