Posso até fugir, mas não me esconder...

Posso até fugir, mas não me esconder...

A vida inteira fui medida por todos. Sempre tive essa terrível mania de dizer a verdade, dizer palavras retas. O mais difícil é manter esse alinhamento tendo tantas idéias tortas.

Sempre fui metida a dizer tudo o que eu penso, a expor aqueles que são os meus princípios e pensamentos. Como resposta, recebi caretas, pontos de interrogação... Momentos turbulentos. Por isso não aconselho ninguém a fazer o mesmo.

Essa minha mania insuportável, terrível como já citado acima, de dizer a verdade, de responder as perguntas das mais diversas pessoas, fez com que eu exigisse a mesma atitude das pessoas. Sendo praticamente impossível, hoje eu tenho a minha rota da fuga, já que magôo pessoas e me magôo com minhas frases e pensamentos.

Há poucos comprometidos com a verdade e sinceridade, a preferência é mentir. “Mentira tem perna curta”. Tem perna curta porque tropeça. Tropeça em você mesmo e se você está num jogo... Ah você perde... Perde para você mesmo. Não sei jogar assim, sempre perdi e vou continuar perdendo.

Perda-se em si mesmo, perca pessoas, perca palavras, momentos sinceros... Vinte a Zero!

Eu tenho como medida as atitudes. As palavras correm sem medida. Para correr é preciso ter pernas e se forem pernas curtas... As atitudes não, são em contrapartida. Palavras há de controlar apenas nossa língua, atitudes há de se controlar nosso olhar, nossa dança, nosso andar, nossas mãos, nossa mente... Espasmos físicos! Contrapartida para a mentira, que corre, tem perna e dependendo da velocidade, cai no abismo, não há volta.

Hoje preferiria mentir para mim mesma e achar que nada sei. Hoje preferia não jogar, pois assim me jogo também. Hoje preferia jogar todas as palavras que escutei para fora, contar apenas com as atitudes. Hoje preferia não eu mesma me colocar a prova... Preferia fugir e não esconder.