Um dia, quando eu menos esperar, o sol voltará a brilhar em minha alma...
Curitiba, 19 de setembro de 2019.
 
N/A: Pelo título dá para saber que não estou vivendo a melhor fase da minha vida, por isso peço encarecidamente para que não me ataquem nem zombem da minha escrita, como fazem comigo no Inkspired. Confio que vocês recantistas são mais humanos e empáticos, por isso vou compartilhar um texto que escrevi ontem sobre o Setembro Amarelo. Beijos no coração de todos.

          Se todos nós existimos por alguma razão, qual será a minha?
          A campanha do Setembro Amarelo levanta a bandeira de que há um caminho, que matar a dor também significa abrir mão de todo o resto, seja bom ou ruim.
          Quando há neblina e é impossível enxergar o caminho à minha frente, todas as escolhas (ou não) que me levaram a estar aqui não fazem o menor sentido. Porque perdi a direção e admito que cada passo se dá com receio de cair num buraco tão escuro e profundo quanto um precipício.
          O amarelo me faz pensar no sol, nos dias quentes e de céu azul, que na infância eu precisava apenas disso para sorrir. Dias nublados fomentam a angústia, agiganta a sensação de que aquela fase chata em que nada faz o menor sentido irá durar para sempre.
          Sim, eles são necessários.
          A tristeza ensina o valor da alegria. Note que quando você passa por grandes provações e dificuldades, se torna mais sensível com o sofrimento à sua volta, desenvolve a empatia, aprimora virtudes necessárias para compreender o real significado da felicidade.
          Ninguém é feliz 24 horas por dia. Todos nós temos problemas, dores, obstáculos a enfrentar, responsabilidades, limitações. Não somos perfeitos. Se fôssemos, não estaríamos aqui, rumo à evolução, cada qual com sua razão.
          Meu propósito de estar aqui no mundo é diferente do seu. Não posso te dar as respostas que você busca, é preciso que você se empenhe em olhar para dentro de si. E não posso mentir que não dói desenterrar lembranças amargas, abrir feridas, deixar para trás até pessoas que já não fazem mais sentido porque a vibração está de acordo com a pessoa que você está tornando ao longo desse processo.
          Setembro é o início da primavera aqui no hemisfério sul. Os galhos das árvores ainda estão secos, mas não tardarão a florescer e preencher as ruas com cores, embelezar o amanhecer e o entardecer.
          Se você se desconectar dessa vidinha falsa de filtros e mendigar curtidas, permitir que elas meçam seu valor como pessoa, se dará conta de que o mais valoroso que existe encontra-se dentro de você: o amor que pulsa aí dentro do seu peito, que você compartilha, aquela esperança que ainda te mantém aqui por mais esse dia, a sua fé no que quer que seja, outras características que te tornam um obra de arte única, pensada e sonhada nos mínimos detalhes.
          Não são números bobos que te definem, curtidas não estancam feridas, seguidores não são amigos, declarações dos haters não contam porque essas pessoas são tão mal-resolvidas consigo mesmas que para se protegerem do próprio complexo de inferioridade, atacam a quem considerem uma ameaça ou por pura diversão, porque não encontraram um propósito mais nobre para suas existências ou estão focando a energia em algo negativo, infrutífero. Pense nisso.
          Não posso mentir que não tenho medo do futuro, que já pensei em não acordar amanhã em razão do desespero, que tenho a vida que sonhei para mim antes de a realidade me dar aquela sacudida básica e dizer que meu querer nem sempre basta, nem sempre tudo dependerá de mim, que não tenho o controle de nada.
          Quando não sei o que fazer e nem para onde ir, vivo mais um dia, e não os conto, apenas vivo, seduzida pela ideia de ceifar a dor e balançada com a ilusão de que essa estagnação seja apenas uma fase, como tantas outras que começaram e acabaram, e que quando menos esperar, o sol vai voltar a brilhar em minha alma, setembro voltará, cheio de flores lindas e coloridas embelezando meu campo de visão, atiçando a inspiração e me mostrando o quão generoso Deus foi e sempre será com toda a sua criação.
          Eu sou parte da criação, recebi um propósito, ainda me pergunto qual é ele e quanto estou próxima de realizá-lo.
Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 20/09/2019
Reeditado em 08/04/2020
Código do texto: T6749971
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