APENAS REFLEXÕES

A finitude nos rodeia exigindo as respostas complexas,

Eis que o nosso tempo se escoa muito rápido, inexorável,

E as nossas ideias explodem em nossa mente, desconexas,

Desfilando obscuras no recôndito do reduto implacável.

Quem dará as respostas que tanto desejamos conhecer,

Livrando-nos do tormento dessas tão difíceis indagações?

Não podemos observar todo esse nosso tempo se escorrer,

Persistindo em nossos pensamentos tantas interrogações.

Nós humanos, somos arrogantes, sempre prepotentes,

Com preguiça permanecemos aguardando tudo de graça,

Não nos esforçamos buscando como pessoas persistentes,

Para obtermos o esclarecimento que realmente nos satisfaça.

Reclamamos de tudo, vivemos correndo em plena desordem,

Seguimos os nossos gurus, nada mais que exímios sofistas,

Sem compreendermos que tudo, já na mais absoluta ordem,

Acha-se dentro de nós mesmos, nas verdades bem explícitas.

Falta-nos mais esforço para que possamos ficar sabendo,

Para isso, devemos retirar da frente dos olhos o argueiro,

Fujamos de todos os sábios de plantão, e saiamos correndo,

Esforçando-nos para compreendermos o humilde Sapateiro.

Jacob Boehme, o maior Teósofo da face do globo terrestre,

No escasso tempo da sua existência, em cinco décadas de vida,

Tornou-se, em tão exíguo tempo, o nosso mais esplêndido Mestre,

Cumprindo a determinação, de lançar ao vento a semente recebida.

Mas, para alcançarmos toda a profundidade das suas revelações,

Para subirmos a montanha onde está o Palácio da Virgem Sophia,

Devemos ter a fibra e coragem dos alpinistas em suas incursões,

Aliada à persistência dos mergulhadores, na busca da Sabedoria.

Porém, é preciso estar atento à própria capacidade de percepção,

Pois a Verdade é extremamente simples, na sua pureza integral,

E os cérebros sempre doutrinados pelas artimanhas em profusão,

Permanecem mergulhados na confusão, presos na malícia infernal.

O desenvolvimento dos potenciais da racionalidade humana é certo,

Facilita o progresso e permite usufruir das delícias do mundo material,

Mas é conveniente, ao longo do tempo, aprender e ficar mais esperto,

Pois o que mais interessa, é desenvolver os dons do mundo espiritual.

A morte conclui em definitivo o ciclo da vida humana no Planeta Terra,

Ninguém leva absolutamente nada do que acumulou penosamente,

Esse estágio da existência se desvanece e definitivamente se encerra,

Mas o estágio espiritual, a última transformação, dura eternamente.

Edgar Alexandroni
Enviado por Edgar Alexandroni em 05/10/2019
Código do texto: T6761957
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