Sangue.
Calado no meio da cama
escorre quente e sereno sangue,
não um qualquer mas
Sangue de menstruacão.
Que assusta os homens
que de tanto assustados
passam o susto para as mulheres
que agora renegam o dom de sangrar vital, com anticoncepcional?
No meio da rua, na fila,
chegou o vermelho e escandaloso
Bondoso e poético, tinta fértil,
chegou avisando para o corpo de mulher...descanso.
Entre os cochixos e medo de mancha
no vestido branco a tinta vermelha dança
Como quem quer dizer de praxe
"Te assustas comigo pois sou arte".
É logo banido segue descartado,
entre as pernas, comido, ingerido
Pobre menino, sangue genuíno
Jogado fora embalado em plástico.
Dioxina, Rayon, Petróleo, no utero ecoam..
o utero ecoa, quer respirar
e o sangue limpo que devera ser querido
Só quer jorrar.