A elegância do Amor

Há uma construção profunda da natureza do amor, ideais imagéticos constituídos numa torre de marfim descreveriam o senso comum da representatividade desse polímero químico. Entretanto, mais do que química, física, abstração, sensação, o amor é a força motriz da vida, um elemento precursor a nós mesmos, do qual, nos espelhamos para reproduzir a nós mesmo em ostentada imitação. Não há para onde fugir, nem como encaixar numa tábula rasa. É preciso mergulhar naquilo que não é para encontrar aquilo que é. A espiral corrupção do sentido inefável do amor é a aparente contradição das definições, do desejo pelo que não temos ao encontro consonantal, místico, espiritualístico das verdades inexoráveis do sentimento. Há um hiato de ambiguidades mórbidas, fugazes, entre o ineditismo singular de cada encontro peculiar com a vida e a mais doce e bela manhã, repetida todos os dias, na singularidade de sua repetição, há de se preparar para olhar o sol todas as manhãs e descobrir, após algum tempo, que não o vê mais da mesma forma, seus raios parecem nostálgicos, já estão presos à infância, aurora e crepúsculo, já não apontam mais para frente, simbolizam o passado, indubitavelmente elegante, inteligentemente, passageiro, assim como a felicidade, o amor é a incógnita da vida mais elegante com que podemos lidar. Sua elegância é sempre se reinventar e nunca se limitar, sempre dilatar, nunca comprimir, sua pluralidade de interações com outras fontes motrizes da vida é uníssona. O amor é uma oferta de liberdade!