GRITO DE UM ANGUSTIADO
Eu sou aquele que viu o teu futuro e o dos teus filhos
Eu sou a tua ascendência e conheço a vida e o comportamento de toda a sua descendência
Sei que estás rodeado de cadelas que fingem ser tuas pretendentes.
Chamam-te belo e terra de boa gente
E te mostram os dentes
Vestem-te e investem-te, para no final seres como a segunda esposa
Óh! cordeiro meu, tiras os pelos das cochas para te exibires e não percebes que estás rodeado de raposas.
Sentes te amado demais e pensas que a vida é um mar de rosas
Tratas os teus filhos legítimos como bastardos
Desprezas-lhes e ainda lhes chamas retardados
Vendeste a tua dignidade a essas prostitutas
Que se achegam a ti com palavras astutas
Passaram as suas mãos pelo seu corpo e descobriram a sua nudez
Apalparam o seu órgão e chamaram-lhe pequeno
E pelas costas zombam de ti,
Masturbaram-te, e como sofres de ejaculação precoce
Rapidamente despejaste o teu tesouro
Petróleo, gás, carvão, e muito ouro
Hoje as cadelas fazem a festa, como numa noite de lua cheia
Não sei o que vale
Foste txilar, em Tete e deixaste o carvão nas mãos da vale
Abriram as suas pernas e tu entraste pelas suas portas
Engravidaste-as e hoje te cobram o dinheiro de pensões,
Aliás dinheiro de mansões
E por seres generoso, eh! perdão
E por seres insensato pagas em bilhões
Endureces a cerviz como os israelitas
Desprezas a tua essência e rastejas aos pés dessas meretrizes
Ora são chinesas, ora são americanas, inglesas, holandesas, francesas
Sentes-te superior por seres o escabelo dos seus pés
Fazem e desfazem contigo
Mas porque, minha pátria amada?
Acorda desse sono óh Moçambique!