AS AMARRAS ESPIRITUAIS

Deixe-me contar uma historinha: Há uns anos atrás, conheci uma garotinha chamada Liberdade, cujo vivia em um lindo castelo. Em seus olhos, resplandecia a Paz, o Perdão e, sobretudo, o Amor. Logo no início de seus dias, sua vida era bela e cheia de formosura; pairava sobre os magníficos Jardins da Inocência. Com seus cabelos ao vento, espalhava alegria e a certeza de que dias melhores sempre existirão. O tempo passou mais depressa do que ela pudera imaginar e, num piscar de olhos, se viu trancafiada no próprio jardim por um tal de Maldade – lhe disse, de modo arrogante, que agora, naquele reinado, deveria sobreviver a raiva, a vingança e, sobretudo, a indiferença. O que será de nossa linda princesa?!

O introito dito acima parece ser algo fantasioso e muito distante de nossas realidades. Todavia, é isso o que fazemos todos os dias de nossas vidas com a nossa espiritualidade – com a nossa real essência, proveniente do Criador (Gn 2:7), para ser mais preciso. Enquanto criancinhas, nossos olhos estão cheios da real essência divina, ouso dizer que é um dos estágios mais puros de nossa espiritualidade, por sinal; aqueles que passeiam por nossas vidas colhem as melhores sensações possíveis. Até mesmo nós passeamos pelos ramos de nossa consciência e vislumbramos uma infinidade de coisas! Damos espaço à generosidade, à empatia e identificamos facilmente tudo aquilo que nos afasta de Deus. No entanto, muitas vezes esquecemos de regar esse jardim (desobediência à Lei Divina – 1 João 3:4) e, infelizmente, a Maldade entra em cena como sinal de rebelião contra Deus.

Uma alma que antes era bem verde e cheia de possibilidades agora se encontra reclusa; a mocinha que antes tinha livre acesso ao nosso coração, encontra-se encolhida em espaços cada vez menores de nossa mente. A Liberdade da comunicação com Deus se encontrou ofuscada primeiro pelas graves consequências do Éden, mas também, por uma geração que cada vez tem se afastado de Deus e dos seus próprios jardins espirituais. São duras amarras que, cada vez mais, as vestimos sem nem ao menos consentir; talvez por descrença nos ensinos de Deus ou até mesmo pelo alimento espiritual de má qualidade que ingerimos todos os dias.

Com as duras prisões impostas a nós mesmos, damos espaço para a tristeza, desânimo e suplicamos a Deus para que todo o sofrimento tenha um fim. No entanto, nem tudo está perdido e aquela Liberdade ainda se encontra em você. Para que você a chame e a fortaleça, é preciso que você resista às represálias do pecado (Rm 8:9-11) e esteja disposto a abandonar uma alimentação podre e sem rumo algum (1 João 1:9). Embora estejamos tão distantes de Deus, ainda é possível, sim, revertermos os desastres e decretos impostos pelos pecados em nossas vidas – graças ao Sangue do Cordeiro de Deus, o qual lutou para que esse Jardim fosse a porta de entrada para uma transformação profunda.

Matheus Phelipe
Enviado por Matheus Phelipe em 12/01/2020
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