A diferença entre doutrinação e educação (alerta de radiação alta para a galerinha da ''esquerda-lacração'')

A doutrinação é ideológica, a educação é filosófica

Exemplo: questões raciais

Tem umas ideologias de esquerda que querem doutrinar as pessoas com uma série de factoides, fatos parciais e falácias sobre as raças humanas, e claro, junto a fatos históricos e legítimos, para dar credibilidade. Primeiro, que não existem raças humanas. Segundo, que suas diferenças [das populações humanas] são mínimas a inexistentes e, portanto, que seus comportamentos médios são facilmente manejáveis. Terceiro, que o racismo só existe se for de branco contra negro, que não existe racismo contra branco, que eles chamam de "racismo inverso". Que está acontecendo um genocídio de jovens negros e pardos no Brasil, nos EUA, etc, perpetrado por policiais, escondendo que a maioria dos crimes contra negros [e pardos] são praticados por outros negros [e pardos], e o mesmo padrão para os outros grupos raciais. Que a principal razão para a criminalidade é circunstancial, de se nascer pobre, por exemplo, desprezando que a maioria dos ''pobres'' ou precarizados não são violentos, isto é, confundindo correlação com causalidade. Que brancos, especialmente, não podem criticar negros, nem com educação e conhecimento, se não é racismo. Querem impor tudo isso, sem diálogo, sem reconsideração, generalizando e exacerbando as divisões desses grupos, enfim, inculcando uma narrativa simplória, mas superficialmente sofisticada, com palavras difíceis, gramática impecável e discursos bonitos.

Mas isso só tem atiçado o verdadeiro racismo, por ser impositivo, injusto e recheado de meias verdades, inclusive perigosas [desprezando a existência de ''marginais congênitos'' e chamando de ''punitivismo'' o modelo de justiça mais racional, que é o ''proporcional''].

O efeito é o oposto do desejado, de educar para a compreensão, para a diminuição de fanatismos e preconceitos e busca por medidas que realmente combatam as desigualdades.

A doutrinação é o forçar a uma perspectiva, ou negação de uma diversidade de fatos que, naturalmente, reduz a pureza e a intensidade de convicções pessoais e leva a conclusões mais ponderadas.

O cenário piora porque a maioria dos seres humanos são de pensadores passivos ou de consumidores intelectuais, que esperam que a montanha vá até eles. São do tipo que compra linhas de pensamento como se fossem produtos de supermercado, por exemplo, tudo aquilo que é defendido por certo grupo ideológico, e que não tenta pensar, analisar, investigá-los por si mesmo, buscando pela justiça dos seus fatos. Não são apenas os direitistas que, em sua maioria, agem deste jeito, excessivamente enviesados, tratando a arte do pensamento como se fosse competição entre times de esportes coletivos..

Pense, metaforicamente, que você está numa floresta com um incêndio acontecendo e você tenta apagar o fogo. Só que, com esse tipo de ideologia, que esquerdas obscurantistas têm tentado impor a todos, é como se, ao invés de usar água ou fatos, usasse álcool pensando ser água, para aplacar o incêndio. O resultado você já sabe qual é. A intenção pode ser a melhor possível, mas para estar precisamente bem informado, até para a verdadeira justiça social, primeiro, é preciso se ater a fatos. Primeiro, os fatos. Depois, as considerações morais. Primeiro, analisar à distância. Depois, se colocar, se contextualizar no cenário de análise. É assim que se pensa com sabedoria. Não é desta maneira que muitos teóricos, historiadores, pensadores esquerdistas ou progressistas tendem a fazer. Pelo contrário, pois eles impõem considerações morais antes de buscarem por fatos, inclusive os que consideram insensíveis.

Tentar ensinar sobre racismo aplicando mais racismo e divisionismo entre as pessoas de diferentes raças só pode resultar em mais racismo, especialmente entre os mais inflamáveis.

É o que eu sempre penso. As ''esquerdas'' perdem muito quando agem de maneira igual às ''direitas'', se essas sempre manipularam e doutrinaram.... Pois quando decidem copiá-las estão fadadas a se igualarem a elas em nível de compreensão limitada da realidade. Mas parece que é isso que querem, de serem antíteses pensando que são sínteses. A síntese é a sabedoria, a filosofia materializada, enraizada na cultura, substituindo, por fim, a ideologia, sem mais lados, o todo, pela essência.

Uma educação filosófica, ainda que também seja inevitavelmente impositiva, se faz com base no diálogo intermediado pela simples exposição de fatos ou verdades, e buscando agir a partir deles.

Raças humanas existem. Diferenças e semelhanças entre elas existem. Todo mundo é capaz de perceber isso. Também existem policiais desequilibrados, não são poucos, mas a maioria dos crimes contra jovens negros e pardos é cometida por outros jovens negros e pardos e não, no imaginário progressista atual, por policiais brancos ou ainda mais abstrato, ''pelo estado''. Isso não significa que todo negro seja propenso à violência; também não significa que cenários reais de genocídio não possam ser deflagrados em hipotéticos horizontes sombrios nem que os casos graves de violência policial devam ser tratados com menor importância. Apontar esses fatos não é racismo. Racismo é dizer que todo negro ou que todo pardo é violento ou que todo branco é racista ou que não pode sofrer racismo [que isso não existe].

A educação, de fato, filosófica, visa ''apenas'' uma melhor compreensão da realidade que, inevitavelmente, resulta numa diminuição de intensidades instintivas ou subjetivas, isto é, de preconceitos e fanatismos. E que não busca ''agradar'' lados.

Direita, volver

Também existem ideologias conservadoras relacionadas à questão racial, hoje, chamadas de ''racismo científico'', e que, pra variar, são distorções, essencialmente iguais às progressistas. A diferença é justamente essa, a ênfase exagerada nas diferenças entre os grupos humanos, padrão entre os conservadores, de se categorizar as pessoas dentro das identidades que estão mais latentes nelas, distanciando-as em relação às identidades mais universais [somos todos vida; indivíduos], que as unem. No caso das raças humanas, os conservadores, especialmente os de extrema-direita, ''de raiz'', exacerbam as diferenças entre elas, com o intuito de se estabelecer hierarquias de supremacia, desprezando uma série de fatos, tal como a cadeia de eventos únicos que resultaram nessas diferenças e que não podem ser definidas como ''demonstrações de superioridade de um grupo racial sobre o outro'' e mais como uma questão de ''sorte''. E, novamente, a existência de identidades e comportamentos universais que diluem de sobremaneira essas diferenças particulares entre as raças e que também valem para outras categorias [classe social; identidade/inclinação sexual..].

Como sempre, pela ideologia, puxa-se muito para um lado ou perspectiva, criando uma espécie de purificação ou filtro da complexidade de fatos, tal como nesses dois casos de doutrinação em que, se tenta anular as diferenças ou então exaltá-las [anulando, então, as semelhanças].

Se já sabemos o que de monstruoso as ideologias conservadoras podem fazer, em termos de racismo e preconceitos, também temos que ficar atentos aos problemas graves que podem resultar de ideologias obscurantistas, de natureza progressista, justamente por decretarem como intratavelmente errado tudo o que ''o outro lado'' pensa [assim como o lado conservador sempre fez].

Um adendo interessante é que, enquanto o progressismo prega a igualdade absoluta entre os grupos e as diferenças absolutas entre os indivíduos, o conservadorismo vai pelo caminho oposto, exacerbando as diferenças de grupo e tentando combater a livre expressão de individualidade [de personalidade].