A extraordinária criação

1Os céus revelam a glória de Deus, o firmamento proclama a obra de suas mãos. (Salmos, 19)

Sinto um misto de sentimentos, mas sinto-me inspirado, ao som de uma música celta a qual ponho para efetuar leituras ou para relaxar.

O som, a harmonia, a sensação de paz, uma outra sensação inexprimível, essa música é de outro planeta. Só basta pôr, ouvir e viajar. Viajar para o planeta de origem dessa música. Qual, onde? Eu definitivamente não sei. Mas imagino que lá deva ser um lugar bom, onde a paz paira sobre o ar, em todo o canto.

Ouço esta melodia e bebo um copo d’água. Ah! A água. Ultimamente tenho observado mais as coisas ao meu redor, mas não as coisas extraordinárias que acontecem, as coisas simples, como este copo d’água ao qual tenho acesso agora.

Olho para o céu e vejo seu esplendor: vejo o sol, as nuvens, a cor azul clara, às vezes um pouco mais escura e às vezes densas trevas. À noite vejo a lua e as estrelas ao seu redor, como filhos ao redor de sua mãe que lhes conta uma história. Às vezes a vejo curva, como se estivesse triste, ou mesmo como uma mãe dando um abraço muito consolador em um filho. Olho para os lados e vejo os montes, com suas formas mais variadas possíveis e fico completamente extasiado, ainda mais olhando para trás deles e vendo o céu, quando, então, posso contemplar o encontro de duas maravilhosas obras da natureza. Sem contar as maravilhosas e infinitas gotas d’água caindo do céu quando ele resolve nos banhar de admiração por ele.

E as árvores?! Acho que não há o que falar. Ao passar por uma delas meu sentimento é de plena admiração. Ao passar por um amontoado delas meu sentimento é o mesmo, plena admiração, mas parece que multiplica por mil. Pode ser uma totalmente folheada, uma com poucas folhas (daquelas que se olhada por debaixo, você vê o céu por detrás em um formato no qual as poucas folhas e galhos lhe permitem ver) ou uma com total ausência delas, não importa, é sempre a mesma sensação. Não sei. É lindo! Eu realmente não consigo explicar, só olhar, sentir, admirar. Fico perplexo, boquiaberto. É lindo!

Quanto às construções, eu fico reflexivo. Por serem coisas tão comuns, o ser humano não as dá a devida atenção, mas é só parar e observar um pouco. Eu fico pensando no que há por trás delas: na capacidade humana de construir tal coisa. Há obras suntuosas, há outras menos expressivas e há ainda outras que são inexpressivas, mas em todas elas há uma coisa em comum: a inteligência e a capacidade humana de tê-las construído. Eu olho para elas e vejo seus materiais, o ser humano os adaptou, os fez evoluir, e as coisas só melhoram ao passar dos anos. Não há como olhar sem admirar toda a criação do ser humano.

Mas há ainda algo por detrás disso tudo, da inteligência e capacidade do ser humano e de tudo quanto falei que admiro, algo o qual admiro ainda mais. Não há como olhar para todas essas coisas e dizer que não há por trás alguém que as tenha criado. Deus é o Criador, o Artista do universo. Toda essa beleza veio de alguma mente brilhante e com uma capacidade criadora infinita. Não há forma de toda a criatividade que a natureza tem para criar suas obras de arte, e toda a criatividade e capacidade que o ser humano tem para criar as suas não terem vindo de alguém que as doou. Nós não teríamos criatividade suficiente para criar uma árvore ou um céu; ou um monte ou uma nuvem; ou o sol ou a lua; ou a chuva ou as estrelas.

Em suma. Por esses dias tenho pensado nas obras do Criador e quem é o ser humano diante disso tudo. Tenho pensado em vida e morte, na complexidade da vida humana, e em como o próprio ser humano na maioria das vezes complica tudo, se afastando da simplicidade extraordinária da criação, e deixando de olhar para o Criador por trás de tudo.

O ser humano tem uma forte tendência a não mais se importar com o que se torna comum, mesmo se for uma coisa extremamente necessária para a sua sobrevivência.

Toda esta obra maravilhosa, se olhada por outros olhos, por olhos de admiração, parece uma ficção, é até difícil acreditar que é real. Me faz pensar não só na ficção, na arte, mas também no Artista. E cá entre nós, que baita Artista!

Victor de Araujo
Enviado por Victor de Araujo em 16/01/2020
Código do texto: T6843493
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