JANELA

Desta janela que consecutivamente vejo o sol nascer e se pôr, passo pelos dias mais frios e solitários de minha vida. Hoje, sou só fragmentos tentando me recompor nos compassos desses dias que passam entre dourados e cinzas em uma grande e vazia janela. Tento preencher o meu tempo com qualquer coisa que não seja você. Mas, inevitavelmente me encontro fixamente preso neste cenário inóspito e caótico. Tudo sem você é vazio. Tudo é apenas especulação e o tempo é meu fiel algoz. Mesmo a milhas de distância, meu coração e meu amor é teu! Sempre será! Esse é o meu céu fumegante. É a minha vida tediante. Minha revolta constante. Porque você não está aqui? Preferes o frio de noites incertas ao meu peito seguro. Escutas devaneios e segues como o vento, mas, nunca ancoras o teu pé em minhas palavras certas. És má. Muito má, menina. O que te revelará com isso o tempo? Que este não voltará? Que como poeira ao vento, todo e qualquer sonho estará enterrado em fotografias utópicas de uma vida não vivida?! Te culpo! Te condeno! Mas hoje, no limiar destes dias, diante esta janela, eu te perdoaria mais uma vez, só mais uma vez, para poder por mais um momento olhar nos teus olhos, te sentir entre os meus braços e resfriar minh'alma nos teus beijos. Daria tudo só para ver teus contornos nesta paisagem d’agora e te fazer minha, somente minha amada, meu sol radiante e constante de um quadro irretocável e perfeito.

Fernanda A. Fernandes

17/01/2020

Fernanda A Fernandes
Enviado por Fernanda A Fernandes em 17/01/2020
Reeditado em 28/10/2021
Código do texto: T6844046
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