Perai, é rapidinho...

Não vai doer,

Nem um pouquinho!

Oração:

Agradeço a Deus Pai todo poderoso, Criador de todas as coisas, pela oportunidade de despertar todas as manhãs, escovar os dentes, arrancar do peito chiado uma bola de catarro amarelado e após cuspi-la na pia e abrir a água para sumir com ela de minhas vistas, mostrar-me no espelho uma imagem mais horrorosa que a imagem do dia anterior. Amém!

Infantis:

O gato no telhado,

Com medalha no pescoço,

espia o movimento,

Faz pose para selfies,

Gargalha do cão vigia,

Vizinho ao lado.

Enquanto os humanos choram copiosamente, quer ver uma minhoca gargalhar de felicidade, chegue terra no corpo anelado dela. Melhor se for terra de boa qualidade, estercada e um pouco úmida. Ao ouvi-la sorrir, sinta-se agradecido por ela.

Aos homens machos maiores de 18 anos:

Passando pela Rua dos Prazeres, do casarão carcomido pelo tempo, número 69, parede e meia com o casarão 33, uma das janelas escancarou as duas folhas em meus tímpanos:

" ei, tens um tempinho.

Venha nos visitar.

Entre, tome um cafezinho.

À casa, lar;

É chegar, degustar,

E se não gostar,

Para sua, retornar".

Curti tanto, tamanho foi o gosto pelos serviços cama, mesa, banho, roupa lavada, comida na cama e na mesa destinados ao Cão farejador sem dono, que nunca mais retornei ao feijão com arroz antigo. Todo manhã, almoço, jantar e toda noite, rola um filé; ou uma medalhinha ao ponto; ou um salmão na brasa. Após a refeição, libero o arroto e digo: "ah, que iguaria deliciosa!" E assim, vamos na nova, 15 anos passados na velha casa.

Viu...; doeu?

Sem lubrificar a língua,

Bastou sacar os óculos escuros das vistas,

Que leu numa boa!

Em pleno 2020,

És analfabeto?

Sorry e peço perdão.