Sombras Na Noite

Há aqueles seres que preferem os porões,

Os corredores noturnos, escuros grotões

Como mentes mais podres do ser humano,

Negociando as fraquezas do espírito mundano.

Há aqueles seres que se reúnem em sórdidas campanhas,

Que calam trombetas, cantos, sonhos e tamborins

Iludem a alegria de rostos risonhos, sofridos,

Traçam artimanhas contra esperanças afins

Há aqueles seres que saqueiam as moradas dos fracos

Roubando da mesa as migalhas de pão, como traças

Mancham suores da lida daqueles seres renhidos

Alimentando infortúnios, prejuízos, desgraças

Há aqueles seres que usam o poder dos eleitos

E cospem nos pratos-feitos, amargando a sopa

De corpos gelados, moribundos, sob cobertores de estopa

Aniquilando a certeza da vida sob quaisquer preceitos

Há seres que parecem ser humanos, deveriam ser, mas nunca serão...

(Tim Holanda, Aclimação, São Paulo-SP, 25out2019/ 07/10/2020)

Tim Holanda
Enviado por Tim Holanda em 19/01/2020
Reeditado em 22/11/2022
Código do texto: T6845463
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