A vida é como uma redação

A vida é como uma redação. Tem introdução, desenvolvimento e conclusão. Assim, nós precisamos adotar algumas atitudes essenciais para que no nosso dia-a-dia a vida venha ser construída de forma perfeita e que ao final ao se fazer a análise da nossa boa maneira de viver, a interpretação seja feita sem dificuldades, resultando em honra.

Na introdução, é preciso ter domínio dos alicerces em que se construirá a vida e objetivos claros do que se vai desenvolver. Esses objetivos nortearão nossa existência e deles não devemos fugir. Como não temos domínio de fatos futuros é bom termos um cuidado todo especial para compor a vida em partes fundamentais. A nossa vida deve transmitir graça, chamar atenção para os tópicos mais importantes do desenvolvimento, motivar aqueles que nos rodeia...

O desenvolvimento é a parte que sucede a introdução e antecede a conclusão, numa seqüência que se inicia de forma simplória para a mais complexa, crescendo, alargando-se em todas as esferas, na busca incessante pelo apogeu. Neste dilatar, o contexto de nossa existência precisa ser entendido cabalmente, eliminando sempre aquilo que não é necessário e bom. Objetivo focado e fatos desenrolados culminam com uma concisão expressa da vida.

De igual importância é a linguagem oral utilizada. Esta deve produzir “graça aos que a ouve”, obedecendo a princípios pré-estabelecidos, mas diferentemente da linguagem escrita, o problema não está na grafia, na concordância, na flexão ou nas regências das palavras (apesar de tudo isto ser de fundamental importância), mas em falar coisas importantes que edificam, transformam, corrige, que expresse amor... Palavras de bênçãos e não de maldição. Palavras de paz, nunca de guerra. Palavra de vida, nunca de morte...

A nossa vida deve refletir a nítida idéia do que as pessoas acham que somos. Não confundir as pessoas, mostrando a outrem o que não somos, mas refletindo exatamente a idéia daquilo que somos e precisamos ser. É a expressão de uma vida límpida e cristalina, elevando-se a uma adequada maneira de viver, como exemplos a sermos seguidos. É o que na redação chamam de clareza (não confundir o leitor).

Outro objeto de grande relevância é a elegância. A elegância que muitos admiram não reflete o que de fato deveria ser admirado. A verdadeira elegância não está em vestir pomposamente ou esplendorosamente, não andar flutuando como um pássaro, não é por portar-se com a amabilidade propagada pela mídia. A verdadeira elegância consiste em viver a vida de forma agradável, uma vida sem borrões ou rasuras, de forma incaluniável e indenegrível. A elegância deve-se apresentar desde o primeiro contato e continuar até o fenecimento da vida neste mundo terreno, visando à mudança para o estágio espiritual.

Dando prosseguimento a nossa vida deve ser moldada em um só sentido e este sentido deverá ter por embasamento no já aludido acima – clareza. Apesar de sermos carne e espírito, a ambigüidade de ações não é admitida, acaso “pode de uma mesma fonte jorrar água doce e salgada”... Acaso “pode uma árvore boa produzir maus frutos, ou uma árvore má produzir bons frutos”. O sentido de nossa vida deve nos elevar para um patamar sobremodo excelente, num aperfeiçoamento constante e coeso, nunca em dúbias formas de agir sobre o mesmo elemento.

Creio que existem coisas desnecessárias que todos têm como verdade e fundamento principal no que tange o ciclo de suas vidas. São atitudes essenciais e primordiais que são exercitadas e vivenciadas, que queremos evitar usá-la, para evitar a repetição desnecessária, que caracterizaria o pleonasmo e consequentemente a prolixidade.

Ao finalizar, mesmo após deixarmos o nosso corpo mortal, a marca que necessita ser deixada é que valeu a pena viver da forma que vivemos e agir da forma que agimos, numa clara concepção de que cumprimos a nossa missão neste mundo e numa certeza de que nossos objetivos fincados lá na fase introdutória nos direcionaram para chegarmos ao fim com excelência, e, como seres que marcaram sua história com engrenagens positivas, que continuam funcionando mesmo depois da sua morte, servido de arquétipo para as futuras gerações.