Amarga sensação.

Coração, tão inundado de cicatrizes... a dor de vê-lo se afastando é indizível. Dói. Queima. Dilacera. Massacra. Esse é um texto fúnebre. Quem faleceu? Minhas esperanças. Eu sigo, sem medo. Mas, o que fazer com as cápsulas de memórias que insistem em povoar meus pensamentos?

Fui obrigada a deglutir esse término, porém, as lembranças, ásperas, deixaram úlceras indeléveis. Continuou sua caminhada, se alojaste em meu esôfago. Persista. Meu estômago sente o ácido sulfúrico, gradativamente. Clemência, imploro. Fragmentou todos os meus alicerces a custo da persistência. Quebraste, sinto os cacos se espalhando em meio a balbúrdia. És tu, sempre tu.

Lara Eduarda
Enviado por Lara Eduarda em 24/01/2020
Reeditado em 25/08/2020
Código do texto: T6849804
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