05/02/2020

Estou agora na Saraiva, escrevendo sobre o meu dia, porque Deus sabe como eu me esforcei para não te ligar.

Tive um dia de cão, onde eu precisei tanto de você.

Estou tendo problemas no meu trabalho. Pelo que me conhece, sabe que não são problemas causados por mim. Com a separação e segmentação das novas equipes, eu me dei muito bem em questões de reconhecimento profissional. Contudo, estou sendo perseguida por um colega que tem quase dois anos de empresa, frustrado profissionalmente e prestes a ser pai. Ele ficou indignado pelo fato de que, eu com 4 meses de trabalho, já tenho tido tanto reconhecimento por todo o corpo hierárquico e ele não.

Eu tento de todas as formas fazer com que ele não se sinta assim, sabe?

Quero que ele fique bem e que evolua profissionalmente. Desejo de coração, sabe?

Mas ele não entende desta forma. Fazer o quê, numa saia justa dessas, onde tenho que pisar em ovos no que falo, no que faço e até com as minhas expressões?

Quando acordei hoje, já tive bastante dificuldade em iniciar o dia. Já faz quase 6 meses que nos separamos, mas ainda não me habituei a iniciar o dia sem a sua mensagem de bom dia. Levantei-me e, como de praxe, olhei o celular. Sua mensagem não estava lá.

E mais uma vez, eu entrei no ciclo da dor. Eu dei esse nome “ciclo” por conta da forma como ele se repete todos os dias. Ele começa assim: Eu acordo, olho o celular, sua mensagem não está lá, então eu choro, seco as lágrimas, imploro ao universo que você volte, choro mais um pouco, levanto e passo o resto do dia pensando em você, quando volto pra casa, deito, choro, durmo, sonho com você (acredite, não há um dia que não sonhe com você) então acordo e o ciclo se repete. E eu preciso arranjar uma forma de acabar com ele.

Tem sido difícil seguir os meus dias sem você, sabe?

Era muito mais fácil quando você estava lá. Não é que os problemas não existissem. Eles sempre estiveram aqui, em mim, de diversas formas (É como se e fosse uma espécie de “Hipocondríaca dos problemas”). É que com você, era diferente. Passar por eles com você ao meu lado era diferente.

A forma como você me recebia quando eu estava exausta, era diferente. Sempre tinha um miojo, um abraço, uma massagem, um carinho, um amor. Sempre tinha você.

É como se, por 7 anos você estivesse aqui como uma dádiva, enviada por Deus. E então, você se foi. E eu não aprendi a lidar com a falta do seu amor.

Quando você foi embora, os problemas que nasceram comigo se apresentaram de uma forma diferente e eu tive que lidar com eles, só que sem você.

Voltando ao assunto “meu dia”, tive um dia puxado, por tudo. Respirei fundo várias vezes. Passei por problemas com uma outra colega que não está satisfeita com o que está acontecendo comigo. E ainda tem a questão de uma dor, que tenho tido há exatos 3 dias. Vim na Clivale e ainda passei pela sorte de estar trancada em um banheiro. Uma verdadeira droga! O médico me consultou e parecia pedra no rim. Então ele fez a solicitação de um exame de ultrassom do abdome total, que farei amanhã e exames de sangue urina.

Hoje, quando vim de carona pra Clivale com uma colega (Jessica o nome dela. Ela é maravilhosa), ela me perguntou sobre os motivos que fizeram com que a gente se separasse, depois de tantos anos juntos. Claro que ela não sabia. E eu chorei e ela simplesmente se calou. Eu chorei, porque dói me lembrar. Dói saber que o dinheiro me levou a ruína. Os meus problemas, que foram tantos, respingou no nosso amor. Em algo que era tão nosso, que não se acharia em lugar nenhum desse mundo, tampouco fora dele.

Eu sinto sua falta e preciso de você.

Pensava que com o passar do tempo seria diferente, eu conseguiria me afastar e que nos desligaríamos. Mas não funciona dessa forma. É como se eu nunca fosse parar de te amar. Como se viver sem você fosse um grande infortúnio. Uma penitência.