Eu não existo

Um amigo disse eu estar sumida.

Neguei sumiço.

Disse ele, então, eu estar diferente.

Neguei:

“Continuo lendo Manoel de Barros, que é pra eu sonhar em voltar pro Sertão;

continuo escrevendo, que é pra eu voar;

continuo no balanço da rede, que é pra eu conhecer o vento que vai me levar;

continuo...”

– Apaixonada?

“...por quem não está por mim, e que nunca vai ficar, e que nem aqui está.”

E ele disse indo embora:

– Depois tu diz não estar sumida...

Cristina Carneiro
Enviado por Cristina Carneiro em 08/11/2005
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