A morte

Olhar para o sol e imaginar o cinza, olhar para o cinza e imaginar o sol. Olhar para o nada e imaginar tudo, olhar para tudo e imaginar o nada. Nada ou tudo, tudo ou nada. Colorido ou preto e branco - o que satisfaz, afinal? talvez nada. Investigando a toca do coelho vamos nos desgastando, perdendo tesão e paixão, mas não é necessário? o sacrificio como estilo de vida já não está impregnado na nossa cultura? Sim, está. Sacrificar-se em prol do nada. Uma grande utopia. Cães correndo detrás do próprio rabo enquanto continuam sendo estimulados a correr mais e mais. Corram! grita a sociedade. Eu vou, eu vou! segue o cão correndo. Morre o cão. Fim. E aquela utopia, onde termina? a toca do coelho tem um fim, e quando se chega nela só há escuridão. A força de vontade para sair de dentro dela e voltar para a superficie e correr detrás do próprio rabo para ser mais um está morta. Tudo está morto, talvez. Não é da não existência que surge a existência? Talvez a própria vida seja uma utopia. Talvez correr detrás do próprio rabo seja mais prazeroso do que entrar na toca do coelho e descobrir que só há escuridão. Talvez, Talvez... Talvez o tom niilista deste texto horrível se compare aos textos de Nietzsche e Camus, talvez seja só mais uma porcaria que ninguém vai ler. E o tesão, a paixão, o sol e o cinza? bem, de nada vale pra quem se perdeu.

Um abraço aos perdidos. Um brinde ao nada.

DuarteEdu
Enviado por DuarteEdu em 20/02/2020
Código do texto: T6870309
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